Ministro contradiz TV e diz que suspeito de massacre em Toulouse ainda nao foi detido
O ministro do Interior da França, Claude Guéant, afirmou que Mohammed Merah, o suspeito do massacre de Toulouse, na França, ainda não foi preso e continua negociando com a polícia de dentro de um imóvel, na cidade francesa, apesar do cerco policial. Mais cedo, o canal de notícias francês BFM-TV divulgou que o suspeito havia sido preso.
Merah, 24 anos, é acusado de ter matado quatro pessoas em uma escola judaica, na cidade francesa.
Uma operação da RAID, a unidade de elite da polícia francesa, cercou por volta de 3h locais (22h de terça-feira, em Brasília) em Croix-Daurade, um bairro de Toulouse, o suposto atirador. Houve um primeiro tiroteio no qual dois agentes ficaram levemente feridos.
O homem também é o principal suspeito de matar três soldados na semana passada.
Merah é um jovem de nacionalidade francesa e origem argelina, que mora em Toulouse. Ele viajou ao Paquistão, teria sido detido no Afeganistão no fim de 2010 por crimes comuns e assegura pertencer à Al Qaeda. "Ele repete seu compromisso com a Al Qaeda e com meios jihadistas", afirmou o ministro Guéant, que diz que o homem afirma agir "para vingar as crianças palestinas e denunciar a presença estrangeira no Afeganistão".
O irmão de Merah, também suspeito de pertencer à mesma organização islamita, foi detido, ainda segundo o ministro Guéant, que está em Toulouse para acompanhar a operação. A mãe dos suspeitos foi chamada para ajudar na negociação, mas se recusou a falar com o filho.
O atirador jogou uma arma pela janela da casa em troca de um "aparelho de comunicação", disse Guéant. Ele ainda tem uma metralhadora Uzi, um fuzil Kalashnikov e outras armas, afirmou o ministro.
Ataques em Toulouse e Montauban
Um professor, seus dois filhos e outra pessoa ainda não identificada morreram na manhã de segunda-feira (19) e várias mais ficaram feridas após disparos em frente a uma escola judaica em bairro residencial da cidade de Toulouse, no sudoeste da França.
O suspeito do massacre era investigado pela DCRI (Direção Central de Informação Interna) desde os primeiros ataques, em Toulouse e Montauban.
No dia 11 de março, o suspeito teria matado um soldado de origem magrebina em Toulouse. No dia 15, atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban --dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha-- matando dois e ferindo um gravemente.
"A polícia obteve um dado precioso que acelerou a investigação", destacou uma fonte envolvida no caso. Informações preliminares foram obtidas através de vídeos de vigilância, testemunhos de sobreviventes e de contatos entre o assassino e sua primeira vítima, de 11 de março.
Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.
Até 200 agentes especializados foram deslocados para a região para buscar o suspeito. No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.
A cada assassinato, o criminoso disparou na cabeça das vítimas, "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado. Moulins o descreveu como um indivíduo "extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos". O promotor antiterrorista assinalou que "outras operações" estão sendo produzidas em Toulouse.
Funeral das vítimas
Os funerais das quatro vítimas do massacre em uma escola judaica de Toulouse começaram nesta quarta-feira (21) em um cemitério de Jerusalém, em Israel, na presença de mais de 2.000 pessoas, incluindo o chefe da diplomacia francesa, Alain Juppé.
As cerimônias acontecem no maior cemitério de Jerusalém, o Har Hamenuhut (Monte do Descanso), no bairro de Givat Shaul, na entrada da cidade.
A multidão se reuniu ao redor dos corpos de Jonathan Sandler, de 30 anos, professor de religião, de seus dois filhos Arieh, 5, e Gabriel, 4, além de Myriam Monsonego, 7.
Os pais de Myriem estavam cercados por parentes e amigos, em meio a uma multidão, que incluía muitos representantes da comunidade francesa em Israel.
Entre as autoridades israelenses estavam presentes o presidente da Knesset (Parlamento), Reuven Rivlin, e o ministro do Interior, Elie Yishai.
Os corpos das vítimas chegaram ada França na madrugada desta quarta-feira ao aeroporto internacional Ben Gurion de Tel Aviv e foram levados imediatamente a Jerusalém.
(Com agências internacionais)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.