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Coreia do Norte impede acesso de sul-coreanos a complexo industrial

Do UOL, em São Paulo

03/04/2013 05h00Atualizada em 03/04/2013 10h31

A Coreia do Norte impediu na manhã desta quarta-feira (3) que trabalhadores sul-coreanos entrassem no complexo industrial de Kaesong, único projeto de cooperação entre os dois países e localizado em território norte-coreano. 

"A Coreia do Norte não deu sua permissão, como faz diariamente, para que 484 trabalhadores sul-coreanos entrassem em Kaesong hoje", disse o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-suk.

"O Norte nos informou esta manhã que estão autorizadas apenas as viagens de regresso de Kaesong e que o ingresso no complexo foi proibido", revelou o porta-voz.

Pyongyang não precisou a duração da medida, disse Kim, que qualificou a decisão de "muito lamentável".

Kim destacou que a prioridade do governo em Seul é a segurança dos 861 sul-coreanos que estão em Kaesong. "Esperamos que nossa gente que está no Norte volte sã e salva".

Mais tarde, a Coreia do Norte confirmou que não autorizará a entrada de funcionários da Coreia do Sul no complexo, mas permitirá a saída dos que lá permanecem. 

Situado no sudeste da Coreia do Norte, a poucos quilômetros da fronteira intercoreana, o complexo industrial de Kaesong emprega cerca de 54 mil operários norte-coreanos que fabricam diversos produtos para 123 empresas da Coreia do Sul, e a cada dia entram nele centenas de empregados e diretores sul-coreanos.
 
Apesar das recentes ameaças de Pyongyang de fechar o complexo industrial, até o momento o regime de Kim Jong-un tinha autorizado a entrada e saída de trabalhadores e veículos com carga da Coreia do Sul pela passagem através da zona desmilitarizada que divide ambos os países.

O fechamento da passagem ao complexo de Kaesong ocorre em um momento de tensão no qual a Coreia do Norte lançou uma grave e prolongada campanha de ameaças a Seul e Washington.

Como parte desta ofensiva retórica, a Coreia do Norte ameaçou no último sábado (30) fechar o complexo industrial de Kaesong, horas após anunciar o "estado de guerra" com o Sul. (Com AFP e Efe)