Ex-consultor da CIA fez doações para idealizador do Tea Party, diz jornal
O ex-consultor da CIA que vazou dados sobre o programa de grampos de Agência Nacional de Segurança americana teria contribuído com um dos ideólogos do partido conservador Tea Party.
A informação é do jornal The Washington Post”. Segundo o jornal, registros da campanha de Ron Paul, candidato republicano à presidência dos EUA em 2012, mostram doações de US$ 250 (pouco mais de R$ 500) feitas por alguém de nome “Edward Snowden”, cujo perfil bate com o do ex-consultor da CIA.
A publicação diz que, das duas contribuições à campanha de Ron Paul em nome de Snowden, uma delas foi feita de Waipahu, no Havaí, em maio de 2012. Snowden morava no Havaí até a revelação dos grampos feitos pela NSA (sigla em inglês da Agência Nacional de Segurança). O informante está atualmente refugiado em Hong Kong, onde planeja pedir asilo.
A primeira doação a Ron Paul, de março de 2012, lista Snowden como empregado da Dell, empresa de tecnologia para a qual o ex-consultor da CIA prestou serviços recentemente. Esta contribuição, de março de 2012, partiu de Columbia, no Estado americano de Maryland, onde Snowden morava antes de ir trabalhar com a Booz Allen Hamilton no Havaí.
Ao jornal “The Guardian”, que revelou primeiro a história dos grampos, Snowden disse que contribuiu com um candidato de “terceira via” à presidência dos EUA em 2008 - embora nos EUA haja centenas de partidos políticos, em geral os candidatos dos partidos Republicano e Democrata polarizam as eleições.
Quem é Ron Paul
Ron Paul disputou a presidência dos EUA em 1988, 2008 e 2012. Em 1988, concorreu pelo Partido Libertário, que defende a liberdade tanto na economia quanto individual.
Paul é um apoiador e divulgador do pensamento do economista austríaco Ludwig von Mises, cujas ideias libertárias ajudam a entender por que Snowden o apoiaria. Para o economista, teórico do Estado mínimo, o governo só deve estar presente na vida da sociedade em funções estritamente necessárias, como justiça.
Por décadas, Ron Paul criticou a intromissão do governo nas vidas da população. É o mesmo raciocínio de Mises, para quem os seres humanos devem ser livres para realizar trocas entre si sem a interferência de terceiros.
Por suas ideias, o político foi considerado um “padrinho intelectual” do Tea Party, movimento de direita criado nas eleições de 2012 e no centro de um escândalo envolvendo a Receita americana. O órgão é acusado de dificultar pedidos de isenção fiscal para políticos ligados ao grupo conservador.
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