Após acidente com 6 mortes, ministro francês diz que colisão de trem mais grave foi evitada
O ministro de Transportes da França, Frédéric Cuvillier, disse que um acidente ainda mais grave foi evitado nesta sexta-feira (12) graças aos reflexos do condutor do trem, que tentou evitar choques com veículos que viessem no sentido contrário.
O trem descarrilou 200 metros antes de se chocar com a estação em Bretigny-sur-Orge, ao sul de Paris, e ao menos seis pessoas morreram no acidente. O veículo trafegava a 137 km/h, o que é considerado normal para o trecho, cuja velocidade máxima permitida é de 150 km/h.
Outro veículo tinha passado pelo mesmo local nesta sexta-feira, meia hora antes da colisão, sem registros de qualquer irregularidade. Nesse ponto, funciona uma mudança de agulhas (peças móveis ligadas ao trilho que permitem ao trem passar de uma via à outra), e segundo informações de Alain Krakovitch, da SNCF, empresa responsável pelo transporte ferroviário no país, as agulhas foram inspecionadas no dia 4 de julho.
A SNCF informou ainda que o condutor do trem emitiu sinais de alerta para interromper o tráfego na área. Dessa maneira, trens em outras rotas puderam evitar novas colisões. As causas do descarrilamento ainda são desconhecidas.
Pelo último balanço divulgado pelo primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, além das seis pessoas que morreram, outras 30 ficaram feridas, das quais oito "em estado grave".
Segundo a agência de notícias Associated Press, o número de mortos foi reduzido para seis, conforme disse o ministro do Interior Manuel Valls, que antes chegou a divulgar aos jornalistas que eram sete as vítimas fatais no acidente.
O presidente François Hollande, que também confirmou as seis mortes, chegou ao local do acidente, de acordo com o jornal "Le Monde", e manifestou “sua solidariedade às vítimas”. Hollande declarou que “três investigações estavam em curso” para determinar o que ocorreu. “Uma pela Justiça, outra pela SNCF e uma terceira pelo Ministério dos Transportes”.
O presidente disse ainda que um dos feridos estava entre a vida e a morte, e que 190 passageiros tinham recebido tratamento dos serviços médicos.
Feridos
Segundo autoridades, há muitos feridos e pessoas presas nas ferragens. A SNCF divulgou que 385 passageiros estavam a bordo. Quatro vagões descarrilaram no fim da tarde (às 17h14 no horário local) e, por volta de 00h30 (19h30 no horário de Brasília), dois ainda permaneciam tombados na via.
Parentes dos passageiros foram acolhidos em quatro estações do trecho e a empresa liberou um telefone para que sejam divulgadas novas informações.
De acordo com Guillaume Pepy, presidente da SNCF, o veículo deixou a estação Paris-Austerlitz com sentido a Limoges, na tarde de hoje, e não tinha parada prevista no local onde o acidente ocorreu.
“O primeiro pensamento que temos é de solidariedade para com as vítimas e suas famílias”, disse Pepy, emocionado. O tráfego no local ficará interrompido por três dias.
Trem ficou "irreconhecível"
Ben Khelifa, 20, que estava em outro trem, em um trilho diferente, disse à AP que o veículo que descarrilou “ficou irreconhecível” após a colisão. “Não havia nada além de sucatas de metal”, ele disse. “O trem simplesmente entrou em colapso (…), havia sangue”.
Ben contou que ele e outros passageiros do trem que trafegava em outra linha tentaram ajudar a retirar as vítimas presas às ferragens após o acidente. “As pessoas gritavam, perguntavam onde estavam seus filhos”.
Passageiros do veículo que bateu na estação relataram à TV e aos jornais que viram fumaça após o choque, e que algumas vítimas tinham sido queimadas e eletrocutadas.
Segundo o depoimento ao "Le Monde" de uma passageira do terceiro vagão da composição, o trem começou a tremer com força ao se aproximar da estação antes de se dividir em dois. “No nosso vagão, tudo começou a se torcer. Pedaços de sucata de metal começaram a quebrar as paredes”, disse a mulher.
As operações de buscas serão mantidas durante a noite para verificar se ainda há vítimas presas entre os vagões ou entre o trem e a plataforma.
Este é o pior acidente ferroviário em Paris desde o que ocorreu na Gare de Lyon, deixando 56 mortos em 1988. (Com agências internacionais)
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