Topo

Carros-bomba explodem no Líbano e matam ao menos 42, diz governo

Do UOL, em São Paulo

23/08/2013 10h19Atualizada em 23/08/2013 14h36

Ao menos 42 pessoas morreram e 358 ficaram feridas nesta sexta-feira (23) em dois atentados com carro-bomba na cidade de Trípoli, norte do Líbano. A informação é do Ministério da Saúde libanês.

As explosões, as maiores e mais mortais em Trípoli desde o fim da guerra civil no Líbano (1975-1990 ), detonaram enquanto as orações do dia terminavam na maior parte da cidade sunita muçulmana.

Um correspondente da agência de notícias "AFP" viu corpos carbonizados perto da mesquita de Al-Taqwa, localizada em uma das principais avenidas da cidade, e cinco corpos de crianças sendo retirados de uma mesquita. Muitas pessoas choravam à procura de parentes.

Em julho, UE pôs Hezbollah em lista de grupos terroristas

"Vejo sete corpos dentro de vários carros queimados", disse uma testemunha à agência "Reuters" que estava no local da primeira explosão, que ocorreu no centro, perto da casa do primeiro-ministro Najib Mikati. O premiê não estava na cidade, de acordo com autoridades.

A segunda explosão ocorreu perto do porto, perto da casa do ex-chefe de polícia Ashraf Rifi, segundo uma fonte dos serviços de segurança.

Os EUA condenaram os atentados com carros-bomba. A assessora de segurança nacional, Susan Rice, escreveu em sua conta no Twitter que Washington "condena firmemente" os ataques. Washington expressou em várias oportunidades seu temor de que o violento conflito na Síria afete a frágil paz no vizinho Líbano.

Atentado matou 27 há uma semana

Os ataques acontecem uma semana após um atentado que matou 27 pessoas em 15 de agosto na periferia xiita de Beirute, reduto do Hezbollah, poderoso movimento xiita libanês que combate ao lado das tropas do presidente da vizinha Síria, Bashar Assad. 

O recente ressurgimento da violência sectária no Líbano tem sido alimentado pela guerra síria, onde Assad luta contra uma rebelião em grande parte sunita e o Hezbollah enviou caças de combate a seu favor.

Após os atentados, centenas de pessoas se reuniram em frente à mesquita de Al-Taqwa gritando palavras de ordem hostis ao Hezbollah xiita e ao regime Assad. O partido xiita relacionou o duplo atentado em Trípoli à explosão do dia 15, ao citar "um plano para mergulhar o Líbano no caos e na destruição".

Israel versus Líbano

Em um caso aparentemente sem relação com o atentado, o Exército de Israel realizou, também nesta sexta-feira, um bombardeio aéreo no Líbano em represália aos quatro projéteis lançados ontem desde o país vizinho contra seu território.

O ataque, realizado nesta madrugada, tinha como alvo um "local terrorista situado entre Beirute e Sidon", assinalou o Exército israelense em comunicado. O ataque israelense, realizado nesta madrugada, tinha como alvo um "local terrorista situado entre Beirute e Sidon", segundo um comunicado de Israel.

O lançamento de mísseis do Líbano contra Israel causou danos materiais, mas não vítimas. A autoria do atentado foi reivindicada pelas Brigadas Abdullah Azam, um grupo vinculado à Al Qaeda e que já tinha realizado ataques similares contra Israel.

O porta-voz do Exército israelense, Peter Lerner, afirmou hoje que "Israel não tolerará agressões terroristas originadas em território libanês". O atentado, que teria partido da região meridional de Tiro, foi condenado tanto pelas autoridades libanesas como israelenses.

Na quinta-feira (22), após o registro dos ataques, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: "Atuamos de forma responsável. Qualquer um que nos atacar ou pensar em nos atacar, deve saber que será atingido".