Avião suspeito de estar sem controle cai na Jamaica com três pessoas a bordo

O avião de pequeno porte que deveria ter pousado na Flórida, nos Estados Unidos, mas que não respondeu às tentativas de comunicação do controle aéreo americano e continuou o voo em uma rota não autorizada, caiu próximo à costa da Jamaica na tarde desta sexta-feira (5), segundo a FAA (Administração Federal de Aviação, na sigla em inglês).

O avião caiu às 14h15 (15h15 do horário de Brasília) 22 km ao norte de Port Antonio, na costa nordeste da ilha, indicou à AFP uma autoridade, acrescentando que "operações de busca e resgate estão em andamento". Segundo a Guarda Costeira americana, havia três pessoas a bordo. 

Uma autoridade de Nova York disse que estavam a bordo do avião o executivo do setor imobiliário Larry Glazer e sua mulher, Jane Glazer. Os dois morreram na queda, segundo a autoridade. Glazer era o dono do monomotor, um turbo hélice modelo Socata TBM-700 com a matrícula N900KN, de seis lugares.

A aeronave, como informou o comando aéreo americano, não tinha autorização para voar naquela rota, e não respondeu aos questionamentos da torre de controle. O último contato com o piloto foi realizado às 10h (11h horário de Brasília), como informou a FAA. 

O turbo hélice decolou de Rochester, Nova York, por volta das 8h30 (9h30 horário de brasília) com destino a Naples, na Flórida, e provavelmente sofreu problemas que privaram a tripulação de oxigênio. Hipótese também levantada por Basil Jarrett, capitão da Guarda Costeira da Jamaica, em uma entrevista à Agência Efe. No entanto, ele explicou que foi enviado ao local uma "missão de resgate" que ajudará a esclarecer os detalhes do acidente.

A rede de televisão "CNN" informou que as janelas do avião estavam aparentemente congeladas e o piloto foi visto caído sobre os controles. E, segundo o canal americano NBC News, citando fontes oficiais anônimas, o piloto teria sido visto inconsciente na cabine. O avião estava viajando a cerca de 25 mil pés (8.300 metros) de altitude. 

Dois caças F-15 da Força Aérea dos Estados Unidos foram mobilizados para acompanhar o monomotor até o espaço aéreo cubano, e depois retornaram para os Estados Unidos. O avião sobrevoou a ilha e seguiu em direção a Jamaica, local onde ele pode ter ficado sem combustível.

A Cuba também cooperou com os Estados Unidos na ação, enviando um caça cubano para acompanhar de perto o avião supostamente sem controle. O país vizinho não considerou o movimento do jato uma violação de seu espaço aéreo, disse uma fonte cubana envolvida em conversas entre as duas nações à CNN. 

O incidente acontece dias antes das cerimônias em memória às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, no qual três aviões comerciais foram sequestrados e usados contra alvos nos Estados Unidos. Um quarto avião caiu antes de atingir seu alvo.

A falta de oxigênio na cabine, provocada pela perda da pressurização, pode deixar os pilotos inconscientes. Neste caso, se o avião estivesse no piloto automático, se manteria na rota até que o combustível acabasse.