Ataque da milícia Al Shabab mata 36 no Quênia; presidente promete "guerra"
Pelo menos 36 pessoas foram mortas nesta terça-feira (2) e várias outras ficaram feridas em um novo ataque da milícia somali islâmica Al Shabab perto da cidade de Mandera, no Quênia.
Quase 20 homens entraram à meia-noite em uma pedreira próxima à fronteira com a Somália, e abriram fogo contra as barracas dos operários.
Pelo menos 36 pessoas morreram, informaram a polícia e a Cruz Vermelha. Algumas vítimas foram degoladas; outras estão desaparecidas. As vítimas não eram muçulmanas.
"Nossa equipe está na região para ouvir depoimentos", afirmou a Cruz Vermelha queniana.
O porta-voz da Polícia Zipporah Mboroki confirmou os ataques, mas disse que um número preciso de vítimas será divulgado nas próximas horas.
Em pronunciamento na TV, o presidente queniano, Uhuru Kenyatta, disse que não irá "hesitar" na guerra contra a milícia islâmica.
"Esta é uma guerra contra o Quênia e contra os quenianos", afirmou. "É uma guerra que todos devemos lutar."
Kenyatta afirmou ainda que o chefe da polícia, David Kimayo, está deixando o cargo.
Implacável
O ataque foi reivindicado na Somália pelo Shabab, que reiterou que a organização será "intransigente, implacável e impiedosa" na luta contra o Quênia.
"Quase 40 cruzados do Quênia morreram em outro ataque bem-sucedido executado pelos mujahedines da brigada Saleh Nabhan em Koromei, nas proximidades de Mandera", afirma o porta-voz dos shebab, xeque Ali Mohamud Rage, em um comunicado.
O ataque é parte de "uma série de operações planejadas e executadas pelos mujahedines, como resposta à ocupação de terras muçulmanas pelo Exército queniano e suas atrocidades", completa Mohamud Rage.
"Nós continuaremos defendendo nossa terra e nosso povo contra esta agressão. Não faremos concessão alguma, seremos implacáveis com os infiéis", ameaçou o porta-voz.
Este atentado acontece dez dias depois que supostos militantes desse mesmo grupo terrorista somali interceptaram um ônibus no noroeste do Quênia e executaram 28 de seus 60 passageiros depois de identificá-los como não muçulmanos.
O Quênia é cenário de muitos ataques desde a intervenção de suas Forças Armadas contra os shebab no sul da Somália em 2011. As tropas das União Africana se juntaram depois à operação. Os islamitas sofreram várias derrotas e perderam muitos redutos no sul, mas em represália passaram a cometer atentados no Quênia. (Com agências internacionais)
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