Destino de reféns em shopping é "incerto", diz militar queniano após mais de 48 h de cerco
Um porta-voz militar disse nesta segunda-feira (23) à agência AP que o destino dos reféns que estão dentro de um shopping em Nairóbi, no Quênia, desde sábado, é ‘incerto’. A declaração contradiz informes divulgados na noite de domingo, segundo os quais a "maioria" dos cativos já tinha sido resgatada.
Por volta das 17h40 (11h40 no horário de Brasília), o ministro do Interior, Joseph Ole Lenku, afirmou na sua conta no microblog twitter que "nossas forças têm o controle de todos os andares do shopping".
Anteriormente ele já havia afirmado que mais reféns foram libertados durante a manhã - sem informar o número de resgatados. Na ação, dois militantes islâmicos teriam sido mortos. "Acreditamos que a operação está a ponto de acabar", disse Lenku.
Disparos e explosões ainda são ouvidos dentro do centro comercial, mais de 48 horas após o início do cerco, disseram testemunhas. Até o momento, 62 pessoas morreram, de acordo com a Cruz Vermelha.
VEJA A LOCALIZAÇÃO DE NAIRÓBI
O presidente queniano, Uhuru Kennyata, havia afirmado ontem que cerca de 30 pessoas ainda eram mantidas reféns de “10 a 15” militantes do grupo islâmico Al-Shabab. Durante a noite, o Exército fez nova investida dentro do centro comercial logo após fortes explosões serem ouvidas no local.
Em uma nota divulgada na internet, o porta-voz dos shebab, Ali Mohamud Rage, ameaçou matar os reféns ante a "pressão" exercida por "Israel e outros governos cristãos".
"Autorizamos os mujahedines dentro do edifício a empreender ações contra os prisioneiros", disse.
Após uma série de fortes explosões nesta manhã, imagens do complexo comercial mostram uma grande coluna de fumaça saindo do local.
A polícia afirmou ter detido suspeitos no aeroporto da capital, sem fornecer mais detalhes sobre a ação.
Grupo islâmico assume autoria
O grupo islâmico Al-Shabab assumiu no sábado a autoria do ataque, referindo-se à ação como revide à presença militar queniana em seu país. A rede de TV CNN divulgou que fazem parte do grupo terrorista pessoas da Finlândia, Somália, Canadá, Reino Unido, EUA e Quênia.
Um dos atiradores teria sido ferido e preso e morreu posteriormente por conta de seus ferimentos, segundo afirmaram autoridades locais à BBC. Outros quatro atiradores teriam sido detidos.
Entre as vítimas do ataque estão cidadãos norte-americanos, britânicos, franceses e de países asiáticos, uma vez que o Westgate Mall é bastante frequentando por turistas, estrangeiros que trabalham no país e quenianos de alto poder aquisitivo. As autoridades ainda não divulgaram uma lista completa com os nomes das vítimas.
A França divulgou que as duas vítimas de nacionalidade francesa confirmadas eram mãe e filha e foram mortas no estacionamento do centro comercial.
"Duas de nossas compatriotas foram covardemente atacadas, executadas no estacionamento do shopping quando chegavam para fazer compras", disse Hélène Conway-Mouret, ministra encarregada de cidadãos franceses no exterior.
Atiradores usaram granadas e fuzis
O grupo entrou no shopping center por volta de meio-dia (6h em Brasília) de sábado, atirando granadas e disparando com fuzis automáticos. Centenas de frequentadores do shopping conseguiram fugir do local; outros vários se esconderam dentro do shopping, onde puderam: cinema, supermercado, lojas.
O ataque é o maior no Quênia desde que uma célula da Al Qaeda no leste da África bombardeou a embaixada dos Estados Unidos em Nairóbi em 1998, matando mais de 200 pessoas. Em 2002, a mesma célula militante atacou um hotel israelense e tentou derrubar jatos israelenses em um ataque coordenado. (Com agências internacionais)
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