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"Não quero nada dele", diz a TV vendedora egípcia assediada por brasileiro

Do UOL, em São Paulo

06/06/2021 22h13

A jovem egípcia ofendida pelo médico e influencer digital Victor Sorrentino disse hoje que não irá pedir indenização ao brasileiro, ao contrário da loja onde trabalha, que já anunciou a intenção de fazer pedido de compensação financeira. Sorrentino foi preso no Egito na semana passada, depois de postar um vídeo no qual fazia piadas de cunho sexual. Ele foi liberado pelas autoridades e já está de volta ao Brasil.

"Não, não quero nada dele", disse a moça, em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo. "Porque para mim o que aconteceu foi suficiente, suficiente ele dizer que cometeu um erro. Não sei o que a polícia vai fazer, mas da minha parte eu aceito o perdão. Mas o que vai acontecer depois não é trabalho meu", completou.

No vídeo, divulgado na semana passada em seu perfil no Instagram, com quase um milhão de seguidores, Sorrentino aparece na cidade turística de Luxor fazendo comentários obscenos de conotação sexual e duplo sentido a uma vendedora de uma loja de papiros.

"Vocês gostam mesmo é do bem duro, né? E comprido também fica legal, né?", dizia ele, em meio à gargalhada.

Após a repercussão negativa, o médico voltou no dia seguinte à loja e gravou um novo vídeo, em que aparece pedindo desculpas à vendedora. No domingo (30), Sorrentino então foi detido no aeroporto por autoridades egípcias e impedido de deixar o país, enquanto investigadores decidiam qual desfecho dariam ao caso. A prisão provisória de quatro dias foi prorrogada para 15 dias.

Ativistas brasileiros ajudaram autoridades egípcias a traduzir o vídeo para o árabe. Foi aí que o caso também ganhou repercussão no Egito —sendo principal assunto de discussão no Twitter, com reportagens de capa em jornais e na televisão—, na Arábia Saudita, nos Emirados Árabes e em outros países, conforme relatou a BBC Brasil.

À TV Globo, o advogado da loja (que não teve o nome identificado pela reportagem) demonstrou o desejo do estabelecimento de entrar com ação por compensação financeira, "já que ficou com portas fechadas durante alguns dias".