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Bolsonaro diz que Greenpeace é 'lixo' e 'não vale nada'

Ativista do Greenpeace carrega réplica do planeta durante um protesto pelo clima na Espanha - @clau78/The World"s Best Photo of #Photojournalism2020
Ativista do Greenpeace carrega réplica do planeta durante um protesto pelo clima na Espanha Imagem: @clau78/The World's Best Photo of #Photojournalism2020

Julia Lindner

Brasília

13/02/2020 11h29

O presidente Jair Bolsonaro chamou de "lixo" a organização ambiental Greenpeace, na manhã desta quinta-feira, 13. Ele reagiu às críticas da ONG, fundada em 1971 , sobre a reformulação do Conselho Nacional da Amazônia Legal.

"Quem é Greenpeace? Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo. Outra pergunta", disse Bolsonaro ao deixar o Palácio da Alvorada. Em nota, o Greenpeace destacou que a o conselho será formado exclusivamente pelo governo federal, sem participação dos governadores dos estados da Amazônia.

"Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada", disse Bolsonaro, que acrescentou: "tem bastante ministros. Nós não vamos tomar decisões sobre Estados da Amazônia sem conversar com governador, com a bancada do Estado. Se botar muita gente é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada", reagiu Bolsonaro.

Para o Greenpeace, o Conselho da Amazônia "não tem plano, meta ou orçamento". "Ele (o Conselho) não anulará a política antiambiental do governo e não tem por finalidade combater o desmatamento ou o crime ambiental. Os governadores, indígenas e a sociedade civil não fazem parte da sua composição", disse a entidade internacional.

No texto, o Greenpeace também fala que a transferência do conselho do Ministério do Meio Ambiente para a vice-presidência da República tenta "minimizar o impacto negativo da gestão do ministro Ricardo Salles".

"Bolsonaro retirou o Ministro do Meio Ambiente do comando de políticas ambientais para a Amazônia e espera que isto já seja o suficiente para enganar a opinião pública e os investidores internacionais. Mas os resultados continuarão sendo medidos diariamente pelos satélites que medem o desmatamento", disse.

Ministério

Em conversa com jornalistas, Bolsonaro disse que cogita criar um ministério extraordinário para cuidar de assuntos da floresta amazônica. A sugestão teria partido do deputado Átila Lins (PP-AM), que esteve com Bolsonaro pela manhã. A decisão, no entanto, dependeria de uma avaliação sobre seu impacto econômico. Além disso, Bolsonaro indicou que espera a aprovação do projeto sobre autonomia do Banco Central para considerar a criação de outra pasta.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Bolsonaro deu a declaração no dia 13, e não no dia 12. A informação foi corrigida.