Nos bastidores, debate tem "Lula Ladrão", "Doria condenado" e "o coiso"

Janaina Garcia

Do UOL, em Osasco (SP)

  • Eduardo Knapp/Folhapress

    19.set.2018 - Debate promovido pelo UOL, Folha e SBT com os candidatos ao governo de São Paulo

    19.set.2018 - Debate promovido pelo UOL, Folha e SBT com os candidatos ao governo de São Paulo

Apesar de as pesquisas mais recentes apontarem um político do MDB  na frente numericamente nas intenções de voto ao governo de São Paulo, foi a antiga polarização PT x PSDB e a ascensão de Jair Bolsonaro (PSL) nos cenários para a Presidência que ditaram as reações mais calorosas da plateia, nesta quarta-feira (19), no debate promovido pelo UOL em parceria com a Folha de S.Paulo e o SBT. O evento ocorreu no estúdio da emissora em Osasco (Grande São Paulo).

Paulo Skaf (MDB) lidera os dois últimos levantamentos feitos pelo Datafolha e pelo Ibope, em situação de empate técnico com João Doria (PSDB). As investidas entre o tucano e os dois adversários mais ao campo da esquerda, representados por Luiz Marinho (PT) e Lisete Arelaro (PSOL), no entanto, foram responsáveis pelos aplausos, xingamentos e outros comportamentos de torcida por parte dos correligionários que acompanharam os candidatos.

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Parte das reações teve como origem uma camiseta vermelha estampada com o rosto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A peça foi a vestimenta escolhida por Marinho, que, também com camisa aberta, entre os homens, foi o único a abrir mão de paletó ou gravata.

Ricardo Matsukawa/UOL
Marinho usa camisa Lula Livre em debate
Ao se referir a Doria como marqueteiro e como alguém que não cumpriu a palavra sobre ficar os quatro anos à frente da Prefeitura – ele deixou o posto com pouco mais de um ano e quatro meses para concorrer ao governo –, o petista ouviu de Doria que ele seria, na realidade, o marqueteiro do debate ao trajar camiseta com "a cara de um presidiário" – referência ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba, desde abril passado, condenado na operação Lava Jato. "Ladrão!", gritou parte da torcida de Doria no auditório.

Em reação negativa a ele por parte da plateia, sobretudo por parte de militantes do PSOL, Doria ouviu gritos de "condenado!" ao responder a Lisete Arelaro que não iria "proteger quem tem ficha suja" –o tucano destacara que o partido da professora seria aliado do PT de Lula. A candidata do PSOL, que também havia indagado sobre o pouco tempo de mandato do tucano à frente do município, ouviria também que precisaria "voltar aos bancos escolares". Os gritos oriundos do auditório se referiram a condenação recente de suspensão dos direitos políticos do tucano face à acusação de promoção pessoal por meio do programa de zeladoria "Cidade Linda".

Ao ser questionado sobre já ter doado à campanha de Paulo Skaf em campanhas passadas, Doria recebeu nova sequência de reações menos amigáveis na plateia –além de risos irônicos, alguns gritos de "vixe", especialmente entre petistas e psolistas.

Já Bolsonaro despertou reações menos por parte de seu representante no debate, Rodrigo Tavares (PRTB), e mais pela dobradinha protagonizada por Marinho e Lisete. Ao falarem entre si sobre declarações recentes do vice do capitão reformado, o general Hamilton Mourão – sobre filhos criados por avós --, gritos de "fake news" ecoaram entre a plateia e renderam uma chamada de atenção pelo mediador, o jornalista Carlos Nascimento. "Não estamos em um programa de auditório", queixou-se o âncora do grupo presidido por Silvio Santos.

O presidenciável do PSL geraria outro tipo de reação no final do debate, e novamente com a candidata do PSOL, mas na forma de uma gargalhada. Ela mencionava o ato organizado por mulheres contra Bolsonaro, nas redes sociais, marcado para o próximo dia 29, em São Paulo, mas citou o militar como "o coiso" –da mesma maneira que ele tem sido referido nos debates virtuais por ativistas contrários.

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