Doria e Candido usam tempo de resposta para bater boca em debate

Ana Carla Bermúdez e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

  • Alex Silva/Estadão Conteúdo

Os candidatos ao governo de São Paulo Marcelo Candido (PDT) e João Doria (PSDB) trocaram acusações durante o debate realizado pela TV Globo entre os postulantes do Palácio dos Bandeirantes na noite desta terça-feira (2).

Candido usou o tempo na pergunta feita pelo candidato do PT, Luiz Marinho, sobre os 24 anos em que o PSDB governa o estado para responder às acusações feitas por Doria de que ele não deve ser governador porque teve todas as contas públicas recusadas pelo Tribunal de Contas de quando o pedetista foi prefeito de Suzano, além de ter uma condenação em primeira instância.

Leia mais sobre o debate da Globo:

Candido teve o pedido de registro de sua candidatura negado pela Justiça Eleitoral no dia 18 de setembro.

Ele teve direito de resposta à fala de João Doria negado pela direção do debate, após ser avaliado que não houve ofensa à honra do candidato.

"Doria é pessoa curiosa. Colocou a carapuça a respeito de um debate de qualidade política. Eu estou dizendo que PSDB governa há 24 anos, que o PSDB tem ele como candidato, tendo [ele] deixado a prefeitura de São Paulo, apesar de ter prometido o contrário", disse. Candido afirmou ainda que Doria é uma pessoa "de vida política pouco conhecida", mas relembrou que o adversário foi presidente da Embratur durante o governo de José Sarney (MDB).

"Ele foi acusado pelo Tribunal de Contas da União de desviar 6,5 milhões de cruzados. Não pode alguém levianamente acusar sem ter acesso ao processo", atacou.

Marinho, que já havia tido uma discussão com Doria no segundo bloco do debate, na réplica corroborou indiretamente com a colocação de Candido ao dizer que os eleitores precisam "observar o que cada um fez, por onde passou", e concluiu pedindo votos para o PT no estado.

Na tréplica, Candido continuou fazendo críticas a Doria, afirmando que quando o ex-prefeito de São Paulo esteve à frente da Embratur tinha como proposta "fazer o turismo da seca". "É isso mesmo que ele queria, pessoas morrendo de fome para atração turística. Essa é a natureza de um gestor que São Paulo precisa? São Paulo precisa de humanidade e não de desumanidade", completou.

Doria também aproveitou o tempo de uma resposta ao candidato Rodrigo Tavares (PRTB) para retomar as críticas a Candido. O tucano voltou a dizer que o pedetista teve suas contas da gestão à frente da prefeitura de Suzano rejeitadas pelo Tribunal de Contas do estado. "Ele aprendeu no PT, porque durante 30 anos foi membro integrante, militante do PT. Aliás, uma boa aula de crime é frequentar o Partido dos Trabalhadores", disse.

O ex-prefeito de São Paulo também afirmou que há um mandado de prisão contra Candido e que, por isso, ele sequer poderia disputar a eleição para governador. "Então, Marcelo Candido, não venha dar lição de moral", disse o tucano. Ele também negou as acusações de Candido de que suas contas de quando foi presidente da Embratur foram rejeitadas e chamou as colocações do candidato do PDT de "mentirosas" e "insidiosas".

Marcelo Candido voltou a pedir direito de resposta, que foi novamente negado pela direção do debate. Após o mediador César Tralli anunciar a ida para o intervalo, o candidato foi em direção ao apresentador para contestar a decisão, acompanhado de Marinho.

O embate foi retomado por Candido no bloco seguinte do debate. Fazendo referência às denúncias de corrupção nas de obras do Rodoanel, o pedetista lembrou que as investigações levaram à cadeia membros do PSDB, além de dirigentes de estatais. Hoje solto, o ex-secretário de Geraldo Alckmin (PSDB) Laurence Casagrande foi um dos presos por supostos crimes de desvio de dinheiro público.

"Isso sim é prisão. Isso sim é condenação. Não invencionice, que quando bate o desespero determinados trazem aqui para o debate para confundir a sua opinião", disse.

Este é o último debate realizado entre os candidatos antes do primeiro turno, que está marcado para o próximo domingo (7). 

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