Tensão entre Doria e Marinho tem dedo na cara e resposta fora do tempo

Ana Carla Bermúdez e Mirthyani Bezerra

Do UOL, em São Paulo

O clima esquentou entre João Doria (PSDB) e Luiz Marinho (PT) durante debate realizado pela TV Globo entre os candidatos ao governo de São Paulo na noite desta terça-feira (2). Sorteado para perguntar sobre o tema trabalho e emprego, o petista trocou acusações com o tucano e os candidatos protagonizaram um embate com direito a dedo na cara e a resposta fora do tempo.

Tentando colar a imagem de Doria à do presidente Michel Temer (MDB), que tem índice de reprovação pela população no nível mais baixo da história para um presidente desde a redemocratização do país segundo pesquisa Datafolha, Marinho ouviu de seu adversário que "desastre foi o governo Dilma [Rousseff, do PT]".

"Aliás, a sombra de dois governos desastrosos do PT provocou 14 milhões de desempregados", complementou Doria, mencionando também a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Leia mais sobre o debate da Globo:

Reprodução/TV Globo
Marinho vai até Doria após embate com tucano
O tucano ainda prometeu que, em seu governo, irá gerar emprego e renda. Ele alfinetou mais uma vez o petista: "vamos fazer o que vocês não sabem fazer –vamos privatizar".

Em sua réplica, Marinho disse que Doria "fala muito, mas faz pouco". "Ele foi prefeito de São Paulo, e o que conseguiu foi ser condenado por improbidade administrativa", disse, lembrando que, após ser eleito, Doria ficou pouco mais de um ano à frente da gestão.

"Você saiu logo, pelo bem da população de São Paulo", afirmou. O tucano saiu em abril deste ano, depois de um ano e três meses no cargo. Em agosto, Doria foi condenado em primeira instância em ação por improbidade administrativa. Ele foi denunciado pelo Ministério Público sob a acusação de ter vinculado sua imagem pessoal ao slogan do programa "SP Cidade Linda". 

Doria logo respondeu dizendo que Marinho deveria estar com "problema de amnésia". "Quem está preso é o presidente de honra do seu partido", afirmou, dizendo ainda que outros nomes do PT também estão presos ou respondendo a processos na Justiça.

Quando Doria continuou dizendo que o PT "assaltou" a Petrobras, Marinho ficou visivelmente irritado. "Olha o respeito, João", disse mais de uma vez, apontando o dedo para o tucano. O petista pediu direito de resposta, que foi posteriormente negado pela organização do debate.

Doria afirmou que "quem diz isso" são os autos dos processos e o juiz federal Sergio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato em primeira instância. "Improbidade é o seu partido", disse ainda o tucano ao petista.

Ao fim do tempo para a tréplica de Doria, Marinho continuou gesticulando e foi até o adversário para continuar argumentando. Foi possível ouvir o petista dizendo "você foi condenado por improbidade" e "um ano e três meses", este referindo-se ao tempo que o tucano permaneceu na Prefeitura de São Paulo.

Apoiadores dos dois candidatos gritaram na plateia. Ao fim, eles se cumprimentaram, mas a tensão permaneceu no ar.

Este é o último debate realizado entre os candidatos antes do primeiro turno, que está marcado para o próximo domingo (7). Em outros encontros, a dupla também havia trocado acusações e protagonizado momentos de tensão.

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