Em recuperação, Bolsonaro estuda retornar a Juiz de Fora antes do 2º turno

Gustavo Maia

Do UOL, no Rio

  • Raysa Leite/AFP

    Bolsonaro é esfaqueado em Juiz de Fora (MG), cidade onde deve voltar na campanha

    Bolsonaro é esfaqueado em Juiz de Fora (MG), cidade onde deve voltar na campanha

Ainda em recuperação depois de passar por duas cirurgias e ficar 23 dias internado por conta da facada que levou no abdômen, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) pretende voltar à cidade onde sofreu o ataque antes da votação do 2º turno das eleições, no próximo dia 28.

A ideia de retornar a Juiz de Fora (MG) é vista com preocupação pela equipe de segurança, mas considerada estratégica para o candidato e sua equipe de campanha. Com a iniciativa, ele pretende demonstrar coragem e gratidão à população do município mineiro e aos funcionários da Santa Casa da cidade, hospital onde foi operado no dia 6 do mês passado.

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Bolsonaro deve receber nesta semana uma visita dos médicos do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, para reavaliação do seu quadro clínico. O cirurgião Antonio Luiz de Vasconcelos Macedo, que cuidou do deputado federal enquanto ele ficou internado na capital paulista, disse ao UOL que Bolsonaro continuaria a ser monitorado dentro de casa por um enfermeiro até, pelo menos, esta segunda-feira (8).

"O anseio dele é esse: ele quer ir pra rua, abraçar o povo, mas não sei se vai poder não. Hoje, fica em casa. E só vai sair, quando sair, se sair, após essa avaliação dos médicos", disse na manhã desta segunda o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), um dos filhos do presidenciável.

O contato "corpo a corpo" com apoiadores como o que ocorria no ato que reuniu uma multidão em Juiz de Fora está completamente descartado. A reportagem do UOL apurou que o plano, em caso de liberação médica, é participar apenas de eventos fechados, com a segurança controlada.

HADDAD QUER QUE BOLSONARO ASSINE ACORDO CONTRA 'FAKE NEWS'

Na noite deste domingo (7), Bolsonaro deveria participar de uma entrevista coletiva em um hotel que fica a 350 metros de sua casa, na orla da Barra da Tijuca, no Rio, mas não compareceu por orientação dos médicos e razões de segurança, segundo o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebianno.

Pela manhã, ele sentiu desconforto ao votar porque ficou no meio de um tumulto provocado pela disputa por espaço de agentes da Polícia Federal, jornalistas e militantes. Bolsonaro ainda está com uma bolsa de colostomia presa ao corpo e ainda terá que passar por uma terceira cirurgia até o final do ano, para reconstruir parte do intestino.

Na tarde desta segunda, a cúpula da campanha deve se reunir para discutir estratégias para o 2º turno, inclusive o retorno ao município mineiro. "Que ele vai a Juiz de Fora, vai. A dúvida ainda é saber se ele vai como candidato ou como presidente eleito", declarou pela manhã o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), principal articulador político de Bolsonaro. Para ele, a viagem seria uma questão de "justiça".

O eventual retorno a Minas levaria o presidenciável do PSL a um estado onde ele venceu a disputa com 48,3% dos votos, contra 27,6 do candidato do PT, Fernando Haddad (PT). Trata-se, ainda, do segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com mais de 15,6 milhões de eleitores --atrás apenas de São Paulo, que tem 33 milhões de pessoas aptas a votar.

Se a votação tivesse ocorrido apenas em Juiz de Fora, também haveria 2º turno entre os dois. Bolsonaro teve 129.897 votos e Haddad, 66.616.

O estado também terá disputa de 2º turno para o governo, entre os candidatos do Novo, o empresário Romeu Zema, e do PSDB, o senador Antônio Anastasia. Na reta final da campanha, Zema declarou apoio a Bolsonaro e obteve 42,7% dos votos, contra 29% do tucano.

Os mineiros também impuseram uma derrota à ex-presidente Dilma Rousseff (PT), adversária política do candidato do PSL. A petista ficou em 4º lugar na disputa ao Senado.

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