Bolsonaro pede direito de resposta contra Haddad por propaganda eleitoral

Nathan Lopes

Do UOL, em São Paulo

  • Reuters

    Bolsonaro (esq.) quer direito de resposta contra Haddad no horário eleitoral

    Bolsonaro (esq.) quer direito de resposta contra Haddad no horário eleitoral

A campanha do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) entrou com dois pedidos de resposta contra propagandas de seu adversário, Fernando Haddad (PT). As ações foram apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) na noite de sábado (13).

Segundo a defesa de Bolsonaro, o petista usou falas de Bolsonaro fora de contexto e o ligou a episódios de violência ocorridos após o primeiro turno da eleição presidencial. A reportagem procurou a defesa da campanha de Haddad, que disse que irá se manifestar apenas nos processos.

Em uma das ações, o candidato do PSL cita a propaganda do PT que diz que, "nos últimos dias, multiplicaram-se ataques e até assassinatos motivados pelo ódio de alguns seguidores do candidato Jair Bolsonaro". É mencionado, então, o caso de um capoeirista morto a facadas na Bahia. Também é citado o caso de uma jovem que teve uma suástica feita com canivete em seu corpo no Rio Grande do Sul.

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De acordo com a defesa, a campanha de Haddad "tenta passar ao eleitor a ideia de que o candidato seria o responsável, ou, no mínimo, manifesta simpatia por alguns crimes que, em tese, teriam cunho político, o que é sabidamente inverídico". Segundo os advogados, os casos citados "não aconteceram exatamente como a mídia vem propagando".

Eles mencionam entrevista em que o assassino do capoeirista diz que o motivo da briga não foi político, mas "ofensas proferidas" pela vítima. "Sobre a garota de 19 anos, supostamente atacada por 'neonazistas' em Porto Alegre, que lhe desenharam com canivete uma suástica, também existem dúvidas acerca da veracidade da narrativa da vítima". A defesa menciona uma reportagem da BBC Brasil que indicaria contradições no depoimento da vítima.

"E, mesmo que seja verdade, que ela foi, de fato, atacada por três homens, não existe nenhuma prova de que isso teria ocorrido a mando, ou com a conivência, ou sob influência do candidato", diz a defesa. Os advogados ainda citam uma mensagem de Bolsonaro no Twitter dizendo que dispensa "o voto e qualquer aproximação de quem pratica violência contra eleitores que não votam nele".

Para os advogados, as propagandas "criam estados emocionais de medo, de pavor, de insegurança". "Tudo isso só demonstra o despreparo e o desespero dos representados [campanha de Haddad], que buscam desmerecer o adversário e iludir o eleitor". Além do direito de resposta, Bolsonaro pede que a campanha do PT indique a fonte de suas informações.

Na TV, Haddad critica violência de apoiadores de Bolsonaro

Em outro pedido, a defesa do candidato do PSL reclama de a propaganda de Haddad ter dito que Bolsonaro "votou contra os mais pobres, contra os direitos dos trabalhadores, contra a lei que protege as pessoas com deficiência, contra os direitos das empregadas domésticas, contra o 'Bolsa Família".

Os advogados acusam a campanha de Haddad de utilizar a fala de Bolsonaro fora do contexto, fazendo "montagem e trucagem, distorcendo as palavras do candidato". "A propaganda veiculada busca colocar no candidato à pecha de alguém que é contra os pobres, imputando-lhe conduta discriminatória e estimulando o ódio de classe".

A ação ligada aos casos de violência está sob responsabilidade do juiz auxiliar Sérgio Silveira Banhos. Já a representação a respeito da fala de Bolsonaro será analisada pelo juiz auxiliar Carlos Bastide Horbach. Os magistrados, agora, irão abrir espaço para que a defesa da campanha de Haddad se manifeste.

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