"Não faço falso heroísmo", diz Demóstenes ao confirmar que não assinou CPI do Cachoeira
Um dos investigados na CPI mista aberta nesta quinta-feira (19) no Congresso, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) afirmou que não assinou o requerimento pedindo o início dos trabalhos da comissão porque rejeita "falso heroísmo".
Flagrado em grampos telefônicos em conversas suspeitas com o contraventor Carlinhos Cachoeira, o senador disse também que, apesar da crise, se sente "em casa" no Senado.
"Não faço falso heroísmo. Sou uma pessoa que a vida toda foi coerente. Assinar teria que finalidade?", disse enquanto se dirigia a seu gabinete nesta quinta. O senador disse que respeita a decisão do Congresso de instalar a comissão e repetiu que apresentará sua defesa no Conselho de Ética do Senado. Ele também disse que falará ao plenário da Casa "quando for o momento adequado".
Questionado sobre se fica desconfortável entre os colegas por conta da crise, Demóstenes afirmou: "É a minha casa. Fui eleito para isso". Aparentando desgaste, o senador, um dos mais ferrenhos opositores ao governo, afirmou ainda que "entende o trabalho da imprensa" no caso.
Mais cedo, o Conselho de Ética aprovou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso à investigação sobre o envolvimento de Demóstenes.
O senador tem até a próxima quarta-feira (25) para entregar a sua defesa prévia. Depois disso, o relator do caso, senador Humberto Costa (PT-PE), tem cinco dias úteis para entregar seu parecer preliminar sobre o processo aberto pelo conselho.
Costa pode recomendar a absolvição ou a aplicação de punições –entre as penas estão desde uma advertência até a perda do mandato. Após isso, o relatório será votado pelo conselho. Se for decidido que o senador deve ser cassado, o pedido ainda terá que passar pelo plenário da Casa.
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