Agnelo Queiroz vai à CPI nesta quarta-feira; veja as perguntas que ele receberá
Convocado para depor à CPI do bicheiro Carlinhos Cachoeira, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), falará nesta quarta-feira (13) sobre as relações de membros de sua gestão com o contraventor. Entre as dúvidas dos parlamentares estão as ações de Claudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do petista afastado do cargo depois de ser citado em conversas de Cachoeira interceptadas pela Polícia Federal.
Oposicionistas na CPI suspeitam que Agnelo favoreceu a Delta, empresa que teria Cachoeira como sócio oculto, segundo as investigações da PF. O governador nega que tenha renovado contratos com a empresa para recolhimento de lixo no Distrito Federal para estreitar relacionamento com o grupo de Cachoeira. Mas gravações da PF indicam que seu ex-braço direito pode ter recebido propina para facilitar o negócio.
Dúvidas que Agnelo precisa responder
A Delta foi beneficiada em contratos de lixo do DF? | Agnelo diz que só manteve os contratos por conta de uma liminar da Justiça. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A Delta nega ter cometido qualquer irregularidade. A PF indica que Monteiro é suspeito de receber propina para estender os contratos. |
Qual era a relação de Agnelo com Cachoeira? | Agnelo afirma que se reuniu com o contraventor, dono de um laboratório, uma vez. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A PF diz que Agnelo era citado como "zero um" nas ligações e que pediu encontro com Cachoeira. |
Qual era a influência de Cachoeira no governo do DF? | Agnelo diz que o contraventor tentou se infiltrar e não conseguiu.Os secretários de Governo e da Saúde dizem o mesmo. Cachoeira usa o direito constitucional de ficar calado. A PF suspeita que a quadrilha indicou membros do governo, em especial na área de limpeza pública. |
Na semana passada, a gestão petista rescindiu os contratos da empresa, sob a alegação de que o serviço era prestado graças a uma liminar. Os secretários de Governo, Paulo Tadeu, e da Saúde, Rafael Barbosa, foram assediados por aliados de Cachoeira, de acordo com as investigações. Os petistas na CPI afirmam que o contraventor tentou se infiltrar no governo candango, mas não conseguiu.
Ex-diretor da Delta no Centro Oeste, Claudio Abreu relatou a Cachoeira que se reuniria com os secretários. No mesmo grampo realizado pela PF, o contraventor sugere levar os dois petistas a Goiânia para uma orgia e afirma que eles querem “se enturmar” com o grupo. Membros do governo do Distrito Federal, incluindo Agnelo, são citados em 70 ligações, mas o governador não aparece em nenhuma delas.
Perguntas e depoimentos mornos irritam parlamentares da CPI
O governador do DF primeiramente negou conhecer Cachoeira, mas depois admitiu que conversou com ele quando dirigia a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Para tentar conter os estragos, Agnelo reencaminhou à Câmara dos Deputados há mais de uma semana dois secretários de seu governo que têm mandato de deputados federais: o próprio Tadeu e Geraldo Magela (Habitação).
Mais de 20 parlamentares já se inscreveram para questionar Agnelo.
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