PC Farias e Suzana 'contavam rindo' cenas de ciúme dela, diz ex-cunhada de empresário
A advogada Milane Maia de Souza Valente, ex-cunhada de Paulo César Farias e que esteve na casa de praia do empresário horas antes da morte dele e da namorada, Suzana Marcolino, afirmou, em depoimento nesta terça-feira (7), que não presenciou nenhuma discussão entre o casal, e que o jantar horas antes da morte foi “normal”.
Milane era então namorada do irmão de PC, Augusto Farias. Ela jantou com o casal PC e Suzana na noite do dia 22 de junho de 1996 e deixou o local por volta da 0h30, já do dia 23. Segundo a perícia, PC Farias foi morto cerca de uma hora e meia depois da saída da advogada da casa de veraneio, em Guaxuma.
Segundo Milane, Augusto não tinha admiração por Suzana, mas a tratava com respeito. “Ele achava que ela visava se beneficiar do irmão, que tinha sido apresentada na cadeia, com objetivo de crescer na vida”, afirmou. Ainda segundo a advogada, Suzana tinha temperamento explosivo e era muito ciumenta. “Ela contava rindo, assim como o Paulo, sobre os episódios de ciúme dela”, disse.
O júri popular dos quatro policiais militares acusados chega hoje ao segundo dia, no Fórum do Barro Duro, em Maceió. Os réus faziam a segurança da casa de praia e são acusados de duplo homicídio por omissão.
“Naquele dia não houve nenhuma discussão. Deixamos a casa por volta de meia-noite e meia e nos despedimos normalmente. Não lembro de carinho, beijo, mas não houve nada estranho, não estava, aparentemente, aflita ou nervosa. O Paulo tratava ela bem, era um cavalheiro”, disse.
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Ainda segundo a ex-cunhada de PC Farias, a família do empresário reprovava o relacionamento dele com Suzana Marcolino. “Eu tinha um relacionamento social com Suzana. Ela uma vez me disse que tinha jogado o celular na piscina, após uma discussão com Paulo”, disse Milane.
Desavenças
O principal motivo para as desavenças seria o perfil de Suzana. “Eles criticavam que ela teria sido apresentada a Paulo César por uma cafetina. E também falavam do passado com os namorados dela, que eles condenavam”, afirmou.
Segundo Valente, Augusto Farias (que chegou a ser indiciado no crime, mas a denúncia não foi aceita pelo Supremo Tribunal Federal) ficou muito abalado com a morte do irmão.
“Para ele foi um grande choque. Quando eu cheguei na casa de Guaxuma, ele estava muito nervoso. No enterro, estava trêmulo. Ele relatou depois que quando chegou à casa de praia disse que não acreditou. Era uma relação de pai e filho que tinham”, afirmou, complementando a versão apresentada pela polícia de que a família nunca teve dúvidas de que Suzana tinha matado Paulo e se matado. “Augusto sempre acreditou nisso, nunca duvidou.”
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