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Pastor pré-candidato defende família e fortalecimento das Forças Armadas

Noelle Marques

Do UOL, em São Paulo

08/04/2014 06h00

As intenções de voto na presidente Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à eleição presidencial, caíram seis pontos, segundo pesquisa divulgada na edição de domingo do jornal "Folha de S.Paulo", mas os principais adversários não cresceram. Em um cenário mais completo da disputa eleitoral, Dilma (PT) tem 38% de intenções de voto. Em seguida aparecem Aécio Neves (PSDB), com 16%, e Eduardo Campos (PSB), com 10%. E em 4º lugar, o pastor Everaldo Pereira (PSC), com 2%, empatado tecnicamente com Eduardo Jorge (PV), José Maria (PSTU), Denise Abreu (PEN) e Levy Fidelix (PRTB) --a pesquisa considera empate técnico a variação de dois pontos para cima e para baixo. 

O pastor Everaldo, como é mais conhecido, lançará sua candidatura oficial nesta terça-feira (8), às 14h, em Brasília (a definição do PSC para as eleições, porém, acontecerá somente em 14 de junho, em São Paulo). O atual vice-presidente nacional do Partido Social Cristão, cujo slogan é "família, eu apoio', afirmou que não é candidato "da religião" e que já votou em candidatos que não eram evangélicos, como ele. Em entrevista exclusiva ao UOL, o pastor Everaldo Pereira defendeu o fortalecimento das Forças Armadas que, segundo ele, "foram sucateadas por esse governo” e adiantou que aceitará financiamento para sua campanha de todos, sem fazer diferenciação.

UOL: Na pesquisa mais recente do Datafolha, o sr. aparece em quarto lugar nas intenções de voto, empatado tecnicamente com outros quatro candidatos. O sr. acredita ter chances no 2º turno das eleições?

Everaldo Pereira (PSC): Eu tenho convicção que estarei no segundo turno das eleições. Na hora que a gente, que os nossos ideais fiquem mais conhecidos, a população brasileira vai captar essa mensagem que temos visto nas pesquisas. Eu tenho viajado o Brasil e vejo que há realmente um sentimento de mudança. As pessoas estão fartas da insegurança, da corrupção e da falta de respeito ao cidadão. A gente vê as pessoas reclamando das filas intermináveis nos postos de saúde, o crack tomando conta das nossas cidades e aí vê uma Copa bilionária, a mais cara da história. Não tenho nada contra nem a favor da Copa. Eu torço pelo Brasil, mas ter uma Copa bilionária em um país onde falta hospital, transporte público de qualidade, segurança, educação e escola mostra a necessidade de uma candidatura que represente a mudança, onde a família e a pessoa humana sejam colocadas no centro da administração.


UOL: Até que ponto sua campanha contará com a ajuda dos evangélicos?

Eu não sou candidato a religião, sou candidato a presidente do Brasil. Sou evangélico, mas muitas vezes votei em candidatos que não eram evangélicos. O Brasil é um país laico, então não é de religião A, B ou C, tá certo?


UOL: Quem irá financiar sua campanha?

Quem puder, quem quiser e acreditar na gente. Sendo doação legal, nós vamos receber dentro da lei, tudo direitinho. O PSC não discrimina e nem exclui ninguém. O único detalhe para a pessoa pertencer ao PSC é ser ficha limpa.


UOL: Qual será o papel do deputado federal Marco Feliciano na campanha?

Ele é deputado federal do partido, como tem mais 13 deputados federais do PSC. Cada um contribui com o seu potencial, uns mais, outros menos.


UOL: Quais as principais bandeiras de sua candidatura?

Vamos defender valores da família, da vida do ser humano desde a sua concepção, como consta na Constituição brasileira. Do ponto de vista econômico, somos liberais. Temos um projeto que busca a economia livre, com empreendedorismo, desenvolvimento econômico, mobilidade urbana, meio ambiente sustentável, educação e saúde livre e descentralizada, esportes e culturas independentes, liberdade civil e política. Nós achamos que a segurança pública é uma das mais áreas de maior apreensão do cidadão brasileiro e, nesse ponto, temos uma legislação penal confusa, com excesso de recursos. Vamos investir na segurança pública, dando atenção especial às Forças Armadas, que foram sucateadas por esse governo. Para nós, uma governança ativa requer descentralização e municipalização, com respeito ao direito da propriedade privada. Enquanto esse governo é estatizante, nós somos privatizantes. Tudo que for possível tirar da mão do Estado e passar para a iniciativa privada, para que os recursos possam ir para a saúde, educação e segurança publica, nós vamos fazer.


UOL: Sobre questões mais polêmicas, como o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo, qual é a sua posição?

Mais polêmica para quem? Pra mim isso não é mais polêmica. Eu sou contra o aborto e o casamento homossexual. Isso é uma coisa natural. Polêmica é essa corrupção, ver como acabaram com a Petrobras.


UOL: Se Deus tivesse que ajudar um candidato, quem Ele apoiaria?

Olha só, aí só você perguntando para Ele.