Delator diz que vai devolver US$ 97 milhões de propina
Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) nesta terça-feira (10), o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco detalhou como recebia a propina dentro do suposto esquema de corrupção instalado na estatal. Ele se comprometeu a devolver aos cofres públicos U$S 97 milhões (cerca de R$ 300 na cotação de hoje).
O dinheiro refere-se aos US$ 70 milhões que teria recebido em pagamento de propina e US$ 27 milhões de rendimentos. Os valores estão depositados em contas no exterior e serão repatriados, segundo o ex-gerente. Barusco afirmou que gastou pouco menos de US$ 1 milhão desse total em viagens e tratamentos de saúde.
Segundo ele, a maior parte do montante da propina era depositada no exterior. Uma pequena parte ele recebeu em dinheiro vivo no Brasil. O ex-gerente apontou Shinko Nakandakari, que falava em nome da empreiteira Galvão Engenharia, e Mário Góes como operadores das remessas para pagamento de propina em espécie.
"Eu recebi do senhor Shinko, a Galvão pagava em dinheiro vivo. E recebi do senhor Mário Goés, que representava outras empresas", disse.
Barusco citou também um pagamento feito pela empreiteira UTC, em 2013, que teria sido feito em dinheiro.
O ex-gerente da Petrobras deverá devolver o dinheiro pois realizou acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Durante seus depoimentos para a delação, Barusco deu detalhes sobre como o esquema de pagamento de propina estava instalado na Petrobras.
Barusco disse também que os protagonistas do esquema eram o ex-diretor de Serviços Renato Duque, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e ele. Os dois têm negado as acusações.
De acordo com o ex-gerente, os valores das propinas eram debatidos com Vaccari. "Isso cabia ao João Vaccari gerenciar. Ele que era responsável. Não sei como ele recebia, para quem ele distribuía, se era oficial, extra-oficial. Cabia a ele naquele percentual uma parte".
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