Lançamento de livro vira ato anti-PT e de apoio a juiz da Lava Jato
O lançamento do livro de uma das vítimas do médico Roger Abdelmassih se transformou em um ato anti-PT e em apoio ao juiz federal Sérgio Moro, que conduz a operação Lava Jato, em São Paulo, nesta quinta-feira (14). Moro e sua mulher, a advogada Rosângela Wolff Moro, assinaram o prefácio do livro "Bem-Vindo ao Inferno", que narra a história de Vana Lopes, uma das vítimas do médico, condenado a 181 anos, por estupro de suas pacientes.
Durante o evento, em uma livraria da capital paulista, Moro recebeu aplausos e apoio de cerca de 100 fãs que foram lá só para recebê-lo.
O ato teve desde gritos de "É Sérgio Moro" e "Fora, PT" até cantoria do Hino Nacional Brasileiro. Por conta do tumulto causado pelos admiradores do juiz Moro, o corredor da livraria onde ocorreu o lançamento ficou lotado e a entrevista à imprensa com Vana e os autores do livro --os jornalistas Cláudio Tognolli e Malu Magalhães-- não aconteceu.
Moro permaneceu no local por cerca de meia hora e tentou manter a discrição ao ouvir os elogios e aplausos. Ele também evitou responder a perguntas da imprensa sobre a Lava Jato. Perguntado se ele se considera um "herói nacional", como afirmavam seus fãs, disse apenas: "Não".
"Ele [Moro] se tornou a grande esperança das redes sociais e da turma do bem. A esperança é ver Lula na cadeia", disse Celene Salomão de Carvalho, membro do Movimento Brasil Livre de Maceió, vestida com uma camisa com a foto de Moro estampada.
Sobre as manifestações de apoio a Moro, Rosângela disse que já presenciou cenas parecidas "algumas vezes, desde o início da operação [Lava Jato]".
Caça ao médico
"O livro é um resultado da luta [de busca por Abdelmassih] e o fiz para lançar a ONG [Vítimas Unidas, que agrega mulheres violentadas pelo médico]. Eu liderava a caçada, mas sempre contei com apoio das anônimas, que sempre me estimularam", descreveu a vítima Vana Lopes, que deu início em 2010 à busca por pistas que incriminassem o médico e obteve cerca de 300 documentos sobre ele, que foram entregues à Polícia Federal.
O especialista em reprodução assistida fugiu da Justiça no início de 2011 e foi capturado no Paraguai em 2014. Abdelmassih foi condenado por 56 estupros.
Vana ainda batalha na Justiça para obter os embriões gerados por Abdelmassih durante o tempo em que foi paciente dele.
"Isso é uma nova luta, em que nós vamos entrar com uma ação internacional", disse.
"Conheci Vana em uma premiação no Rio de Janeiro e a história dela particularmente toca. Qualquer pessoa que queira ser mãe, inclusive eu, poderia ter passado por uma situação semelhante. Ela me convidou para escrever o prefácio e fiz com muita honra, muito orgulho. Vejo nela uma busca incansável para combater o sentimento de impunidade", disse Rosângela Moro.
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