PF solta diretor da Polícia Legislativa do Senado
O diretor da Polícia Legislativa do Senado, Pedro Ricardo Araújo Carvalho, foi solto nesta terça-feira (25) pela Polícia Federal. Carvalho saiu da prisão em Brasília perto de meia-noite, segundo investigadores da PF.
Ele e outros três policiais legislativos do Senado foram presos temporariamente na última sexta-feira durante a Operação Métis, deflagrada para desarticular suposto esquema de contrainteligência executado por policiais do Senado para favorecer senadores alvo de investigações.
O prazo da prisão temporária de Carvalho --de cinco dias-- venceu e não houve pedido de renovação. Os outros três policiais já haviam saído da prisão antes de Carvalho.
Segundo as investigações, eles são suspeitos de localizar e destruir escutas telefônicas autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na casa de senadores.
Varredura em residência de Cunha
Responsável por denunciar a atuação de Carvalho, o policial legislativo Paulo Igor Bosco Silva contou à PF que, em meados de 2014, soube que o diretor da Polícia Legislativa do Senado passou a solicitar aos seus subordinados a realização de varreduras de captação ambiental não só em gabinetes do Senado, mas também em residências oficiais e particulares e nos escritórios políticos de senadores.
Em depoimento prestado à PF, Carvalho disse que, a pedido do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), policiais legislativos fizeram uma varredura na residência oficial da Presidência da Câmara à procura de dispositivos de escuta ambiental e telefônica.
O pente-fino na residência ocupada por Cunha ocorreu, segundo ele, depois que a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel, em dezembro do ano passado, numa das etapas da Operação Lava Jato.
Crise entre Poderes
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusou a PF de ter se valido de "métodos fascistas" nunca adotados sequer na "ditadura" na operação que levou a prisão dos policiais legislativos da Casa.
Renan chamou o ministro da Justiça, Alexandre Moraes, de "chefete de polícia" e ainda classificou o juiz Vallisney de Souza Oliveira, responsável pela operação, de "juizeco" por decretar uma ordem contra o Senado.
No dia seguinte, a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, rebateu as críticas do presidente do Senado. "Onde um juiz for destratado, eu também sou", declarou a magistrada. A ministra declarou ainda que o Judiciário exige respeito dos demais poderes da República. (Com Estadão Conteúdo)
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