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Mourão elogia Santos Cruz e diz que decisão sobre cargo cabe a Bolsonaro

Mourão elogia Santos Cruz e diz que decisões cabem ao presidente

UOL Notícias

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

13/05/2019 14h37

O vice-presidente, general Antônio Hamilton Mourão (PRTB), definiu hoje o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, como "excepcional". O elogio se deu após Mourão ser questionado sobre informação do site "O Antagonista" de que Santos Cruz pode ser exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Segundo a publicação, Bolsonaro avalia exonerar o ministro por este supostamente ter se referido ao presidente de forma desrespeitosa e feito uma piada citando um "possível golpe para colocar o Mourão" no poder. Mourão e Santos Cruz tiveram recentemente desavenças com o ideólogo de direita Olavo de Carvalho.

Questionado por jornalistas sobre a atuação de Santos Cruz no governo e uma eventual saída de Santos Cruz, Mourão afirmou que o ministro é "excepcional", mas que decisões sobre a permanência de colaboradores cabem a Bolsonaro.

"Eu acho o general Santos Cruz um cara excepcional, né, excepcional. Isso aí são decisões do presidente, né? Eu acho que ele contribui bastante [na Secretaria de Governo]. Ele é um camarada extremamente trabalhador, conhecedor dos assuntos e tem procurado cumprir o papel dele com a missão que o presidente deu para ele", disse.

Indagado sobre informação do site de que um dos motivos para a possível exoneração de Santos Cruz seria uma piada envolvendo um possível golpe para "colocar Mourão", o vice-presidente falou em "fake news".

"Acho que isso aí é fake news. Não tem uma CPI das fake news aí? Vamos aguardar a CPI das fake news", respondeu, rindo.

Olavo de Carvalho x Santos Cruz

Há cerca de duas semanas, Olavo vem criticando com maior intensidade Santos Cruz nas redes sociais enquanto Mourão já costumava ser alvo de suas críticas. O estopim foi uma publicação do comediante Danilo Gentili que relacionou declaração de Santos Cruz à rádio "Jovem Pan" a uma suposta tentativa de controle da mídia e alertou para a formação de uma "cúpula estranha" no governo.

Menos de uma hora depois do tuíte de Gentili, Bolsonaro também usou o Twitter para afirmar que seu governo não fará qualquer regulamentação da mídia, tendo sido acompanhado de dois de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PSC).

Após ser indagado pela imprensa sobre a situação, Bolsonaro não defendeu abertamente Santos Cruz e disse que Olavo é livre para expressar sua opinião. Em ocasiões posteriores, o presidente continuou a elogiar o escritor brasileiro radicado nos Estados Unidos.

Mourão viaja à China

Mourão parte em viagem oficial para a China nesta quinta-feira (16). Ele se encontrará com o presidente Xi Jinping e o vice Wang Qishan, visitará a Bolsa de Valores de Xangai, a Grande Muralha e se reunirá com empresários, diretoria do Novo Banco de Desenvolvimento, além de participar de simpósio pelo 15º aniversário do Conselho Empresarial Brasil-China.

Devido à necessidade de o avião fazer escalas para abastecimento, o vice-presidente fará paradas em Beirute, no Líbano, e em Florença, na Itália. Na primeira cidade, deverá prestar uma visita de cortesia ao presidente do Líbano, Michel Aoun, e almoçar a bordo da Fragata União. O navio da Marinha do Brasil participa de missão da ONU (Organização das Nações Unidas) no país para evitar a entrada de armas não-autorizadas no território libanês.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.