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Após reunião com Lula, PT decide fazer campanha "Fora, Bolsonaro"

Ex-presidente conversou com bancadas depois que Bolsonaro participou de atos a favor de um golpe - Divulgação/Twitter/@rogeriocorreia_
Ex-presidente conversou com bancadas depois que Bolsonaro participou de atos a favor de um golpe Imagem: Divulgação/Twitter/@rogeriocorreia_

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

21/04/2020 16h29

Após reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT resolveu iniciar uma campanha pela cassação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - que participou de atos a favor de um golpe de Estado, intervenção militar e fechamento do Legislativo e do Judiciário. O lema será "pelo emprego, pela vida, pela democracia e 'Fora, Bolsonaro'", informou o líder da Oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

A reunião aconteceu nesta terça-feira (21) por meio de uma videoconferência com Lula, dois dias depois do ato de Bolsonaro. Ainda no domingo, Lula disse em rede social que a Constituição "tem mecanismos para impedir que ele [Bolsonaro] conduza o país ao esfacelamento da democracia e a um genocídio".

Segundo Guimarães, a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffman (PT-PR), vai levar a decisão das bancadas de fazer a campanha à direção da legenda, mas é certo que o PT já tomou a decisão.

O ex-candidato à Presidência pela sigla, o ex-ministro da Educação Fernando Haddad, disse que Lula falou pouco, menos de dez minutos, apenas elogiando o que os parlamentares haviam dito antes. Mais de 60 pessoas estavam na reunião, contou.

Haddad destacou que o próprio Bolsonaro é quem consolidou uma ideia entre os petistas pela saída do presidente. "Acho que consolidoou no domingo... acho que a ideia é do Bolsonaro", disse ele ao UOL, rindo.

Hoje, Bolsonaro não seria cassado, admite líder

Porém, na avaliação de Guimarães, hoje, o presidente da República não seria cassado pelo Congresso. Haveria divisão de votos entre os que são a favor e contra o impeachment, o que livraria Bolsonaro da saída forçada do cargo.

No entanto, o líder da Oposição na Câmara defende a campanha para criar uma mobilização e reverter esse quadro parcialmente favorável ao presidente no Legislativo.

Segundo Guimarães, a conduta de Bolsonaro é "incompatível" com a Constituição e com a democracia. "O Bolsonaro é incompatível com o regime democrático", afirmou à reportagem.

"Ainda que tenha sido eleito com o voto popular, a conduta dele é incompatível com a democracia, a Constituição. Isso que ele faz cotidianamente é um atentado à ordem democrática. A bancada vai sugerir ao diretório nacional o fim do governo."

Apesar da "sugestão", Guimarães admitiu que, na prática, o PT já começou uma campanha pela cassação de Bolsonaro.

Ao terminar a reunião, o deputado Rogério Correia (PT-MG) publicou em rede social uma hashtag com a campanha e uma fotografia com a reunião com o presidente. "No sábado amplos setores da chamada esquerda petista já pressionaram neste sentido", escreveu ele.