A UE (União Europeia) prepara junto aos Estados Unidos um importante programa de ajuda financeira para a Ucrânia, indicou a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em uma entrevista publicada nesta segunda-feira(3) pelo Wall Street Journal.

A UE e os Estados Unidos "desenvolvem um plano - um plano ucraniano, como sugeri que o chamassem - que analisa o que devemos fazer a partir de agora em diferentes setores da economia para melhorar as coisas", declarou Ashton ao jornal americano, interrogada à margem da conferência anual de Munique (Alemanha) sobre a segurança.

Ashton, que viajará a Kiev nesta semana, não informou o montante desta ajuda eventual, mas indicou que "os números não serão modestos" e não estarão constituídos apenas por dinheiro, citando a possibilidade de fornecer garantia financeiras, ajudas para o investimento ou o apoio à moeda ucraniana para garantir sua estabilidade.

Em dezembro, o primeiro-ministro ucraniano, Mykola Azarov, que renunciou na semana passada, avaliou em 20 bilhões de euros a ajuda financeira que seu país necessitava. Havia informado que esta ajuda poderia ser uma "contribuição da UE aos investimentos e/ou projetos comuns úteis para ambas as partes". Esta ideia havia recebido o aval da Polônia.

"Em vez de sanções, hoje é mais importante garantir uma ajuda à Ucrânia, inclusive financeira", afirmou o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, em Bruxelas na semana passada.

Desde a rejeição do presidente Viktor Yanukovytch de assinar um acordo de associação com a UE em novembro, a Ucrânia está afundada em uma onda de protestos.

O governo ucraniano privilegiou, em vez do acordo com a UE, uma aproximação com a Rússia e obteve de Moscou a promessa de uma ajuda de 15 bilhões de dólares para ajudar a sua economia.