Grupo mexicano de vigilantes entrega ao governo 11 supostos criminosos detidos

  • Pedro Pardo/AFP

    Prisioneiros das milícias de vigilantes de Guerrero são entregues às autoridades mexicanas

    Prisioneiros das milícias de vigilantes de Guerrero são entregues às autoridades mexicanas

Um grupo de polícia comunitária formado por moradores de cidades do Estado de Guerrero, no México, entregou às autoridades, nesta sexta-feira (8), 11 supostos criminosos que eles mantinham sob guarda. Eles são suspeitos de diversos crimes.

Uma organização mexicana, a Upoeg (em espanhol, União de Povos e Organizações do Estado de Guerrero), entregou os acusados, considerados de alta periculosidade, para que sejam julgados pelas autoridades, conforme foi acordado entre o grupo e os governos federal e estadual.

O grupo ainda detém outros 43 suspeitos em cárcere. A entrega desta sexta, na cidade de Ayutla de los Libres, foi, segundo o líder da Upoeg, Bruno Plácido, "uma prova de vontade de diálogo, enquanto vamos discutindo o que fazer no tema da justiça".

Em entrevista a uma rádio local, Plácido disse que estão "discutindo com as autoridades uma saída para a inconformidade social, para o abandono do Estado mexicano. Queremos que o governo entenda que não estamos contra ele, mas queremos, sim, reestabelecer a ordem e restaurar a dignidade das pessoas".

Na quarta-feira da semana anterior (30 de janeiro), o secretário de Governo do México, Miguel Ángel Osorio, se reuniu na Cidade do México com o governador do Estado de Guerrero, Ángel Aguirre, e representantes da Upoeg para resolver a situação no Estado, situado no sul do país.

"Eles foram muito enfáticos que não estão contra o governo federal ou estadual. É um grupo que está assinalando que as forças policiais estão envolvidas em atos de corrupção, e que muitas vezes os criminosos não são detidos", afirmou o secretário.

  • Pedro Pardo/AFP

    Grupo armado de Ayutla de los Libres mantém, em cárcere próprio, supostos criminosos

Ele declarou também que estes grupos surgiram como consequência das comunidades estarem fartas da falta de aplicação da lei e da escassa presença do Estado em seus três níveis --municipal, estadual e federal.

O nascimento da Upoeg na região conhecida como Costa Chica de Guerrero, onde fica o balneário de Acapulco, é o exemplo mais recente da aparição de grupos de autodefesa no México, diante da proliferação do crime organizado, das extorsões, da impunidade e da corrupção de funcionários estatais. Integram a força de vigilantes, moradores de Ayutla de los Libres, Teconoapa e San Marcos, onde, armados e encapuzados, eles realizam funções que caberiam à polícia.

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