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'Tem que desmascarar esse cara', diz Tabata sobre enfrentamento de Marçal

A deputada Tabata Amaral (PSB) encontrou um lugar na disputa pela Prefeitura de São Paulo como antagonista de Pablo Marçal (PRTB). Só ela entre os candidatos decidiu fazer enfrentamento do influenciador, mas o embate entre eles começou bem antes da campanha --e por iniciativa dele.

A história completa está no episódio desta semana de A Hora, podcast original do UOL.

Marçal desferiu o primeiro ataque em maio, em entrevista a um podcast, ocasião em que disse que Tabata seria "no máximo primeira-dama". A deputada respondeu prontamente apresentando os projetos que já teve aprovados e questionando o que o coach tem em serviços prestados à população.

Marçal foi aos comentários da publicação de Tabata no Instagram e a elogiou, como quem diz "não me leve a mal, eu sou assim". Ele ainda conseguiu o contato de WhatsApp dela e mandou uma mensagem privada.

Pouco depois, o influenciador veio com a segunda provocação. Em um vídeo em que fala das "cartas marcadas" da eleição, o influenciador critica todos os candidatos. Sobre Tabata, diz que ela é uma "guerreira", a chama de "garota que venceu na vida". E aí, a adversativa: "mas não é casada nem tem filhos, logo não pode ser prefeita".

"Pensei: ele só pode estar de palhaçada com a minha cara", ela contou ao podcast A Hora. "Para mim é importante rebater de primeira para deixar de ser besta e fazê-lo pensar duas vezes para falar de novo sobre mim."

Na resposta, desta vez ela listou acusações, investigações e condenações judiciais do influenciador: "Não sou casada, mas não sou condenada por isso, não sou investigada por aquilo."

"Aí foi quando ele despirocou. Está há dez anos apostando na baixaria e ninguém responde. Fazia parte da maior quadrilha de roubo de banco do país e não ficou preso nem três dias. A sensação de impunidade dele é gigante", comentou Tabata. "Ele deve ter pensado: nem fui tão agressivo com ela e é justo ela que vai me responder?".

Ao retrucar, Marçal perdeu qualquer resquício de responsabilidade e ética e acusou a adversária de ter provocado o suicídio do pai por não estar no país na ocasião.

A partir deste momento, ela percebeu que o oponente não teria qualquer limite e passou a martelar as encrencas judiciais dele. O interesse por Marçal no Google aos poucos foi sendo suscitado por palavras como "formação de quadrilha" e "roubo a banco".

No primeiro debate, no dia 8 de agosto na TV Bandeirantes, ela chegou preparada para o embate. Deixou o adversário sem resposta ao perguntar sua opinião sobre a Operação Água Branca e citou os B.Os dele. Marçal se descontrolou.

Agrediu todos os adversários, ela inclusive, e no debate seguinte decidiu mudar o alvo e focar os ataques em Guilherme Boulos (PSOL). Mas, a essa altura, Tabata estava decidida a enfrentar Marçal.

Passou a fazer vídeos sobre ele com estética policial, com provocações ao estilo do próprio influenciador nas redes. As peças são publicadas nas redes sociais e a mostram com jaqueta de couro preta na sombra, diferente dos ternos de cor clara e espaços ensolarados em que ela costuma aparecer.

"Está todo mundo saturado de tanta notícia sobre ele, mas ninguém consegue ter a compreensão do todo. Não estão entendendo que não é ideológico, ele é a gente perigosa", ela diz. Por isso, decidiu fazer os vídeos e explicar as acusações.

"Os outros são covardes e não falam dele. Boulos porque quer ir com Marçal para o segundo turno. [O prefeito do MDB, Ricardo] Nunes, porque quer o apoio dele no segundo turno. O eleitor do Marçal não vai vir para mim no primeiro momento. Então, não é por nada. Mas tem que desmascarar esse cara."

Sem essas inserções, Amaral ficaria sem lugar político na disputa e possivelmente sumiria. Mas com o enfrentamento ganhou visibilidade e tende a sair maior do que entrou.

O advogado de Marçal, Paulo Hamilton Siqueira Jr., disse que os entreveros são do jogo. "O debate político é acirrado, ácido. Quem não tem estrutura para aguentar isso que não ingresse na vida pública."

Escute a íntegra do podcast A Hora

Podcast A Hora, com José Roberto de Toledo e Thais Bilenky

A Hora é o novo podcast de notícias do UOL com os jornalistas Thais Bilenky e José Roberto de Toledo. O programa vai ao ar todas as sextas-feiras pela manhã nas plataformas de podcast e, à tarde, no YouTube.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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