Aguirre Talento

Aguirre Talento

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
Reportagem

OAB estava no STF, não rebateu proibição de celulares e irritou advogados

Apesar de ter enviado um ofício ao ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal) no qual contestou a proibição para que advogados entrassem com telefones celulares na sessão de julgamento do processo do golpe na última terça-feira, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tinha um representante no local, mas não pediu a palavra para rebater a proibição durante a sessão.

Essa omissão irritou os advogados que iam fazer a sustentação oral em defesa de seus clientes. Havia uma expectativa de que a OAB pedisse a palavra na sessão e provocasse uma questão de ordem antes do início do julgamento, o que não ocorreu. O procurador nacional de Prerrogativas do Conselho Federal da OAB, Alex Sarkis, acompanhou o julgamento presencialmente na Primeira Turma, mas não fez nenhum pronunciamento perante a Corte.

Os advogados chegaram a discutir a possibilidade de um deles apresentar essa questão de ordem questionando a proibição dos celulares antes de realizar a defesa dos clientes, mas desistiram para evitar gerar um desgaste diante de um julgamento sensível. "Foi um silêncio ensurdecedor da OAB. Não adianta nada mandar ofício depois, o momento de se manifestar era o do julgamento", disse à reportagem um dos advogados, sem querer ser identificado.

Nos bastidores, advogados também lembraram que a medida imposta pelo presidente da Primeira Turma, o ministro Cristiano Zanin, também havia sido adotada pelo então juiz Sergio Moro em uma das audiências da Lava Jato para interrogatório de Lula, em 2017. Na época, o petista era defendido justamente por Zanin, que protestou contra a proibição dos celulares.

Questionada, a OAB afirmou, em nota, que enviou ofício ao gabinete do ministro Zanin durante a sessão e marcou uma reunião com ele para tratar do assunto.

"A OAB esteve presente ao julgamento da Primeira Turma do STF e, assim que tomou conhecimento da medida de lacração dos celulares, manifestou com veemência sua discordância por meio do procurador nacional de prerrogativas e do procurador-geral da OAB, levando a questão ao ministro presidente. As sustentações orais ocorreram normalmente, sem prejuízo aos advogados. Ainda durante a sessão, a OAB enviou ofício ao ministro Cristiano Zanin com pedido formal de reconsideração da medida. A Ordem tomou e continua tomando todas as providências necessárias para assegurar o respeito às prerrogativas da advocacia, incluindo reunião já marcada entre o presidente Beto Simonetti e o ministro Zanin para enfrentar esse assunto", diz a nota.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

44 comentários

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.


Rita Cassia L Souza

Nunca entrei em audiência com celular ligado. Mas não sou advogada tiktoker ou youtuber.  Sessão de julgamento não é picadeiro. 

Denunciar

Horácio Monteschio

OAB quer ficar de bem com os julgadores!! Advocacia desprestigiada . Advocacia não é profissão para covardes!!! Essa turma não me representa - 

Denunciar

Luis F

Esse País nunca irá pra frente. STF golpista, aliado a b a n d i d o s corruPTos e essa OAB p1fiA

Denunciar