Polícia joga gás em manifestantes em dia de votação de pacote de Milei
Milhares de pessoas protestam hoje (31) em frente ao Congresso da Argentina, na votação do pacote de medidas do presidente Javier Milei.
O que aconteceu
Organizações sociais e sindicatos protestam em Buenos Aires contra a Lei de Bases, conhecida como "lei ônibus". O texto está sendo debatido na Câmara dos Deputados e pode ser votado nas próximas horas. Especula-se que a sessão pode durar 40 horas.
O clima é de tensão em Buenos Aires. Com grande aparato de repressão, que inclui até veículos blindados, a polícia usa gás para dispersar os manifestantes.
Uma pessoa foi detida. Ela teria agredido um policial, segundo agente da Polícia Federal Argentina (PFA) que não quis se identificar. Não há confirmação de outros presos.
A polícia conseguiu tirar os manifestantes das ruas e concentrá-los na praça em frente ao Congresso. Os policiais seguem de perto as pessoas e cercam toda a praça.
Comerciantes ao redor do Congresso, no centro de Buenos Aires, fecharam as portas por medo. "Vão reprimir. Vai ter sangue", disse uma lojista ouvida pelo UOL.
O governo considera a Lei de Bases essencial para tirar a Argentina da crise econômica. A oposição, no entanto, critica as reformas e o modo como elas estão sendo conduzidas.
A "lei ônibus" recebe esse apelido por reunir centenas de mudanças legislativas sob um único texto. O dispositivo cria e modifica diversas leis no país, aumenta o poder do Executivo e deverá ser votada de uma só vez.
Manifestantes farão vigília na madrugada
A votação do projeto pode começar nesta quinta-feira, às 8h, de acordo com fontes do Congresso. Até o momento não há informação oficial sobre o horário da votação.
A demora se dá, principalmente, porque ao menos 160 deputados, dos 257 da Casa, se postularam para discursar antes da votação.
O texto da lei de bases será votado primeiro de modo geral e depois artigo por artigo.
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Quero receberEntre os manifestantes que permanecem à noite no Congresso, muitos aposentados, estudantes e funcionários públicos.
Por volta das 21h eles fizeram um "bandeirazo" em frente ao palácio legislativo, com dizeres: "A pátria não se vende".
Há muitas faixas e bandeiras de diversas organizações sociais e sindicatos no ato.
Marcela Messa é assistente social e afirmou que não vai deixar o protesto até a votação. Prometeu fazer vigília durante a madrugada.
"Não vou sair daqui. Ficarei toda a madrugada. Eu estudei na universidade pública e agora querem privatizar e cobrar dos estrangeiros. É um absurdo. Além disso, estou aqui para defender que a pátria não se vende."
Gustavo Pérez, aposentado, afirmou que, apesar do protocolo antiprotesto e do clima de tensão, a Argentina vive um momento crucial que só aconteceu em 2001, lembrando a crise econômica do país marcada por protestos e mortes.
"Vim porque não podemos deixar que o país seja destruído pela 'lei ônibus'. Eu vivi 2001 e não quero voltar a viver isso."
? AHORA | Mientras se debate la #LeyOmnibus en el #Congreso, Gendarmería y Policía Federal busca liberar la calzada de calle Rivadavia a fuerza de palos y gas pimienta. pic.twitter.com/RzLMnwKqpH
-- El Resaltador (@el_resaltadorok) January 31, 2024
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