'Moraesgate': Deltan considera 'grave'; Moro diz que ainda não leu
O ex-coordenador da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol considerou "grave" a informação revelada pela Folha de S.Paulo de que o ministro Alexandre de Moraes (STF) encomendou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) relatórios contra bolsonaristas acusados de defender um golpe de Estado.
Dallagnol foi alvo de Moraes e teve sua atuação na Lava Jato questionada.
Em conversa com a coluna, Dallagnol afirmou que os áudios e mensagens revelados pelos repórteres Fabio Serapião e Glenn Greenwald "indicam que o ministro atuava de modo escondido contra o bolsonarismo, ordenando que fossem feitos pedidos para ele decidir e qual seria o teor. Como isso o tornaria suspeito/impedido pela lei, isso era ocultado".
Na visão do ex-procurador e deputado federal cassado, "há indícios de crime de falsidade ideológica, associação criminosa e crime de responsabilidade da lei do impeachment, a serem devidamente apurados pela Justiça e Senado".
O ex-juiz e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) disse à coluna que ainda não havia lido a reportagem da Folha. "Muito longa".
O que diz o ministro Alexandre de Moraes:
"O gabinete do Ministro Alexandre de Moraes esclarece que, no curso das investigações do Inq 4781 (Fake News) e do Inq 4878 (milícias digitais), nos termos regimentais, diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao Tribunal Superior Eleitoral, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições.
Os relatórios simplesmente descreviam as postagens ilícitas realizadas nas redes sociais, de maneira objetiva, em virtude de estarem diretamente ligadas às investigações de milícias digitais.
Vários desses relatórios foram juntados nessas investigações e em outras conexas e enviadas à Polícia Federal para a continuidade das diligências necessárias, sempre com ciência à Procuradoria Geral da República. Todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria Geral da República."
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