Governo deve embolsar R$ 8 bi do 'dinheiro esquecido'; prazo acaba hoje
A partir de quinta-feira (17), o governo federal deve embolsar R$ 8 bilhões do "dinheiro esquecido" de 41 milhões de brasileiros e 3 milhões de empresas.
O valor deve ir para o caixa do Tesouro Nacional e ajudar no superávit primário, a economia para pagar despesas do Estado.
O prazo para resgatar o dinheiro do programa "Valores a Receber" se encerra nesta quarta-feira (16), mas R$ 8 bilhões ainda não haviam sido recuperados até ontem (15), segundo o painel do Banco Central.
Trata-se de metade dos R$ 16 bilhões que estavam sem resgate em 2019, quando o programa de devolução começou. Hoje, mais de 930 mil pessoas têm mais de R$ 1.000 a receber.
Duas medidas para beneficiar os brasileiros que têm R$ 8 bilhões em "dinheiro esquecido" nos bancos poderiam ser tomadas, segundo técnicos ouvidos pelo UOL nos últimos dias.
Em cinco anos, não há notícia de campanha publicitária na internet, TV, redes sociais, rádios e jornais para incentivar a população a buscar o dinheiro -- tanto nas gestões Jair Bolsonaro (PL) quanto de Lula (PT).
Faz um Pix aí. Nos corredores do BC e no Congresso, essas duas medidas são debatidas, mas sem viabilidade de votação a tempo de surtirem efeito. Quais são elas?
A primeira seria que os bancos, mesmo sem serem solicitados, fariam uma transferência via Pix automaticamente para todas as chaves cadastradas com CPF -- há 138 milhões desse tipo.
A outra medida seria fazer a mesma coisa, mas usando os dados dos clientes que compartilharam suas informações pessoais, inclusive contas bancárias, no sistema Open Finance, em troca de juros mais baratos -- há 54 milhões de brasileiros que fizeram isso.
O sistema financeiro aberto do Banco Central compartilha dados dos clientes de um banco com todas as demais instituições financeiras.
Injeção na economia. Essas duas ações simples serviriam para entregar R$ 2 bilhões dos R$ 8 bilhões que ainda estão esquecidos, calculam técnicos ouvidos pelo UOL.
Os valores injetariam dinheiro na economia, mas prejudicariam a intenção do governo federal de garantir mais recursos para compensar desonerações de impostos articuladas com o Congresso.
Procurados, o Ministério da Fazenda e o Banco Central não prestaram esclarecimentos.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também não se manifestou, embora interlocutores da entidade tenham dito que esse problema, segundo eles, não teria a ver com atuação dos bancos.
Veja aqui se você tem dinheiro a ser resgatado.
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