Voepass pede recuperação judicial após acidente aéreo com 62 vítimas
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A Voepass protocolou nesta noite um pedido de recuperação judicial, numa tentativa de reestruturar suas finanças após ter as operações suspensas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A decisão da agência foi tomada em 11 de março, após constatar falhas que comprometeriam a segurança dos passageiros.
A paralisação ocorreu meses após o acidente com uma aeronave da companhia, em agosto de 2024, que deixou 62 mortos. Desde então, a Voepass está impedida de operar voos comerciais e aguarda a análise da Anac sobre a possibilidade de retomar as atividades.
Nos últimos três anos, a empresa transportou mais de 2,7 milhões de passageiros em mais de 66 mil voos, principalmente em rotas regionais.
Em nota, a Voepass afirmou que, caso o pedido de recuperação judicial seja aceito pela Justiça, todos os passivos da empresa serão congelados e renegociados com base em um plano detalhado, a ser apresentado aos credores.
A companhia esclareceu ainda que o processo não abrange as ações indenizatórias relativas ao acidente, que estão sendo conduzidas diretamente pela seguradora.
A empresa também apontou, no pedido à Justiça, o descumprimento de um contrato com a Latam como um dos fatores que agravaram sua situação financeira. Segundo apuração da coluna, o acordo entre as duas empresas ia além da venda de passagens em sistema de codeshare, como alegava a Latam.
O contrato de parceria, assinado em 17 de junho de 2024 e mantido sob sigilo, previa uma receita de R$ 6,5 bilhões em nove anos, com margem de lucro estimada em 10% (R$ 650 milhões), condicionada ao cumprimento de metas. O documento também concedia à Latam poder sobre decisões estratégicas da Voepass, incluindo a necessidade de autorização prévia para a obtenção de novos empréstimos voltados a investimentos.
Procurada, a Latam não se pronunciou sobre o conteúdo do acordo.
3 comentários
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Herivelto Fernandes Rocha
Voepass desde quando era Passaredo sempre foi um lixo. Tentaram maximizar o lucro do contrato sucateando ainda mais as aeronaves (mais que comprovado) quem já voou numa lata velha dessas sabe. A investigação precisa avançar contra a Latam. Que termos e metas são essas? Havia fiscalização em relação a qualidade e segurança? Já comprei passagem pela Latam e só descobri que era voepass no embarque (qdo n lota uma aeronave maior, mandam essa bomba voadora). É necessário justiça pelo assassinato em massa da queda do avião.