Síndico dos síndicos de condomínios, Bolsonaro libera festas e despejos
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
"Eu vou chamar o síndico/Tim Maia, Tim Maia!" (refrão da música "Chama o síndico", de Jorge Ben Jor, que fez a musica em homenagem ao amigo de personalidade forte que tentava por ordem em tudo e xingando quem fosse preciso).
***
Sem ter muito o que fazer, depois de lotear o governo entre generais de pijama e probos patriotas do Centrão, o presidente Jair Bolsonaro agora resolveu assumir o papel de síndico dos síndicos.
Numa tuitada matutina, no melhor estilo Trump, ele anunciou nesta quinta-feira ter vetado oito artigos do projeto de lei aprovado no Congresso que cria um regime jurídico emergencial durante a pandemia do coronavírus.
Em sua campanha contra o isolamento social, ele vetou o artigo que permitia aos síndicos dos condomínios restringir o uso de áreas comuns e proibir festas.
Agora, está tudo liberado, enquanto o país bate recordes de mortos e doentes no pico da contaminação pelo vírus.
Com os shoppings, mercados, praias e feiras livres lotados de gente, pancadões de som e forrós, tudo é festa. A vida já voltou ao "normal".
Bolsonaro venceu, os governadores perdem. Daqui a 15 dias, saberemos o resultado.
Para comemorar, o presidente até mandou seus devotos invadirem os hospitais para filmar leitos vazios.
Em defesa da tradição, família e propriedade, no mesmo tuíte Bolsonaro vetou também o artigo que impedia a concessão de liminar em ações de despejo durante a pandemia. Para ele, a pandemia já acabou, é tudo invenção da imprensa.
De braços dados com o Centrão, ele acha que agora pode tudo. Mas, nesta sexta-feira, sofreu uma duro revés: Davi Alcolumbre, seu aliado na presidência do Senado, mandou devolver ao Planalto a medida provisória que liberava Abraham Weintraub para nomear reitores do seu gosto para as universidades federais. Pode-se imaginar que tipo de gente o ministro da Educação iria nomear como interventores.
Outro aliado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já tinha avisado que a medida seria derrubada pelo plenário por ser inconstitucional.
Não tem jeito. Bolsonaro vai testando todos os limites da institucionalidade, provocando os outros poderes e agitando as massas.
Ao mesmo tempo, tentou adotar o estilo "Jairzinho paz e amor", para melhorar a sua imagem, mas o novo figurino não sobreviveu à primeira semana. O instinto belicoso é mais forte do que ele.
Vida que segue.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.