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Para ocupar vazio deixado na direita, Zema culpa o governo federal por atos
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Sumido desde as eleições gerais, o mineiro Romeu Zema (Novo), mais inexpressivo dos governadores brasileiros, está procurando um jeito de ocupar o espaço, deixado vazio pelo bolsonarismo em retirada, como novo líder da direita.
Só ele teve a coragem de acusar o governo federal de "fazer vista grossa" diante dos atos terroristas contra os Três Poderes em Brasília, para sair como "vítima da história".
Nem Bolsonaro e seus generais chegaram a tanto. Apoiador do ex-presidente no segundo turno, Zema não participa dos grandes debates nacionais, mas resolveu dar palpite sobre a responsabilidade pelos atos terroristas do dia 8 de janeiro.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, depois de dizer que qualquer declaração dita antes da conclusão das investigações é "achismo", ele teve a coragem de "supor" que houve uma omissão proposital por parte dos órgãos de segurança do governo do presidente Lula. Baseado em quê ele fez essa afirmação? Em nada, trata-se de uma mera suposição. É a chamada denúncia vazia, sem provas.
"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria", começou dizendo Zema. Pareceu? Quer dizer que os atos de selvageria de um bando de delinquentes terroristas reunidos nas portas de quarteis que invadiram Brasília e atacaram os palácios do poder, destruindo tudo o que encontravam pela frente, foram apenas um "erro da direita radical"? O que seria um acerto, segundo o governador? O que faria a direita não radical que ele defende?
Acompanhem o raciocínio do governador:
"Me parece que houve um erro da direita radical, que é minoria. Houve um erro também, talvez, até proposital, do governo federal, que fez vista grossa para que o pior acontecesse e ele se fizesse, posteriormente, de vítima. É uma suposição. Mas as investigações vão apontar se foi isso".
E se não foi? Como fica a credibilidade do governador dos mineiros, um povo sempre tão cuidadoso com as palavras?
"Tudo é uma suposição, qualquer conclusão agora é prematura, mas o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que está subordinado ao Ministério da Justiça, foi comunicado previamente da situação e não se mobilizou, não fez nenhum plano de contingência".
Errado: o GSI tem status de ministério e, como tal, é subordinado diretamente à Presidência da República, não a outro ministério.
A tese de Zema corrobora a versão dos bolsonaristas difundida pelas redes sociais, segundo a qual, quem praticou os atos de terrorismo foram petistas "infiltrados nas manifestações", chamadas de "democráticas".
A gravidade do momento vivido pelo país, após as revelações sobre a organização criminosa que promoveu esses atentados, exige mais seriedade dos governantes eleitos.
Vida que segue.
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