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Carla Araújo

REPORTAGEM

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Bolsonaro prepara falas no DF, SP e Rio; Exército espera separação de atos

Jair Bolsonaro e Michelle em missa - Reprodução / Facebook
Jair Bolsonaro e Michelle em missa Imagem: Reprodução / Facebook

Do UOL, em Brasília

06/09/2022 13h53Atualizada em 06/09/2022 14h49

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Movimentos bolsonaristas que estão se mobilizando para as celebrações do 7 de Setembro já conseguiram ao menos uma alteração no cronograma planejado para esta quarta-feira em Brasília — no qual estava prevista a participação do presidente Jair Bolsonaro (PL) apenas no desfile militar pela manhã, deixando eventuais discursos para o ato em Copacabana, no Rio às 16h.

Agora, no entanto, integrantes de sua campanha já admitem que ele discursará a poucos metros do local do desfile, às 11h, num aceno a apoiadores concentrados na capital federal. Em São Paulo, Bolsonaro falará de forma remota, por meio de um telão, com manifestantes na avenida Paulista por volta das 15h.

Ainda não há uma definição sobre o carro em que Bolsonaro pode discursar no Distrito Federal, mas a Esplanada já está sendo ocupada por diversos apoiadores do presidente.

Aliados do presidente tentam inclusive alterar as determinações do Governo do Distrito Federal (GDF) em relação ao trânsito na região para que o comboio de Bolsonaro possa parar em algum dos palanques próximos à praça dos Três Poderes. Ontem à noite, o GDF decidiu antecipar o fechamento da via.

Campanha quer foto de Copacabana

Depois do ato em Brasília, o presidente seguirá para as celebrações no Rio e lá, após o ato cívico-militar, está previsto o discurso do candidato à reeleição para a Presidência.

É a imagem da praia de Copacabana lotada que a campanha de Bolsonaro espera usar para tentar contrapor as pesquisas de intenção de voto, que dão vantagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Tom do discurso

Aliados do presidente viram a decisão do ministro do STF, Edson Fachin, de suspender decreto de armas como uma "provocação" a Bolsonaro, mas a ideia de auxiliares do núcleo político é tentar conter o ímpeto do presidente de reagir.

Hoje pela manhã, em entrevista à Jovem Pan, no entanto, Bolsonaro falou, sem explicar como, que assim que fosse reeleito "resolveria essa questão" e chamou o ministro de "advogado do MST" e "cabo eleitoral de Dilma", em referência à ex-presidente Dilma Rousseff, que indicou Fachin para o Supremo.

Bolsonaro é apontado por auxiliares próximos como alguém "imprevisível" e de quem o improviso é uma de suas armas políticas. Justamente por isso, o núcleo de campanha admite que no ato de amanhã o presidente pode voltar a acirrar os ânimos com as palavras.

O argumento da campanha contra uma fala mais dura de Bolsonaro é que ela agrada parte da militância, mas não traz votos. E é justamente o que a campanha de Bolsonaro sabe que o presidente precisa agora.

Exército espera separação dos atos

Bolsonaro conseguiu fazer com que as Forças Armadas realizassem um ato alusivo ao Bicentenário da Independência do Brasil em Copacabana, mas militares do Exército alegam que o Tributo Cívico-Militar será separado do ato político, que deve acontecer em outro palanque a poucos metros de distância, também em Copacabana.

De acordo com um general da ativa envolvido na organização, a ideia é a separação dos atos cívico-militares dos políticos.