Carla Araújo

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Reportagem

Joias: Sem citar Bolsonaro, defesa de Wassef nega combinação em depoimento

O advogado de Frederick Wassef divulgou nesta segunda-feira (4) uma nota à imprensa para afirmar que o seu cliente estaria sendo vítima de especulações com "versões fantasiosas e inverossímeis" a respeito do seu depoimento à Polícia Federal.

Wassef foi uma das oito pessoas intimadas a depor no caso que apura a suposta venda de joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou de presente quando era chefe de estado.

O advogado Eduardo Pizarro Carnelós, que assina a nota, não cita nominalmente o ex-presidente, mas diz que essas "mentiras crassas" seriam "uma evidente tentativa de indispô-lo com autoridades constituídas e com outras pessoas chamadas a prestar depoimento nas investigações".

"Frederick Wassef não mantém contato com outras pessoas chamadas a depor, nunca tendo procurado combinar com ninguém o que dizer. Na esfera adequada, relatará sempre o que sabe, já que não tem interesse em proteger nem acusar quem quer que seja", diz a nota.

Segundo o advogado, Wassef não se manifestará publicamente sobre os fatos investigados, apenas prestando informações às autoridades responsáveis pela apuração.

"Quando deixou a sede da Polícia Federal em São Paulo no dia 31 de agosto, Wassef disse aos jornalistas que ele nada falaria, tendo até mesmo recusado revelar se respondera ou não às perguntas formuladas no depoimento, em respeito ao Supremo Tribunal Federal e à Polícia Federal, pois a investigação é sigilosa", afirma Carnelós.

Wassef já mudou de versão algumas vezes sobre o caso, mas chegou a admitir publicamente que recomprou o relógio Rolex dado por autoridades sauditas ao ex-presidente.

"Comprei o relógio, a decisão foi minha, usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos", falou o advogado para jornalistas em meados de agosto.

Na semana passada, Wassef não participou de reuniões que debateram a estratégia da defesa de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Bolsonaro e Michelle não responderam as perguntas da PF, diferentemente do tenente-coronel Mauro Cid e seu pai.

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