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Favela onde Bolsonaro entregou prédios alaga em Maceió: 'Perdi quase tudo'
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As favelas da orla lagunar do bairro do Vergel do Lago, em Maceió (AL), foram alagadas ontem após o nível da água da lagoa Mundaú subir e invadir barracos. O estado vive a maior cheia de rios de sua história, provocada principalmente por chuvas em Pernambuco, onde estão as cabeceiras. Ao menos duas pessoas morreram.
O local foi visitado e teve prédios inaugurados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na última terça-feira (28). Os apartamentos servirão para receber moradores dessas favelas e acabar com o maior bolsão de miséria na cidade.
Na semana passada, Bolsonaro entregou, ao lado do prefeito JHC (PSB), 160 apartamentos dos 1.776 previstos para o Residencial Parque da Lagoa. Apesar da solenidade, não há ninguém morando no local, já que as chaves devem ser entregues aos primeiros beneficiários apenas esta semana.
Com a água da lagoa invadindo barracos, moradores foram retirados do local e levados para abrigos. As águas da lagoa também invadiram ruas e casas em outros bairros da capital como Bom Parto, Levada, Pontal da Barra e Trapiche.
Na favela Sururu de Capote, onde foi montado o palco para Bolsonaro, os moradores reclamaram ontem da situação e da demora em serem contemplados com os apartamentos. Também contaram como perderam seus pertences por causa dos alagamentos.
"O cadastro [para receber um apartamento] está feito, mas a gente não foi contemplado ainda. São 37 anos que moro aqui", relatou o pescador José Soares de Oliveira.
"Se eu não tirasse as coisas, ia perder o fogão e a geladeira. A minha cachorra também quase morre. Perdi o resto todo, não tenho nada mais. Precisamos de ajuda", disse a moradora Fernanda dos Santos.
Situação crítica em Alagoas
Alagoas enfrenta, desde a madrugada de sábado (2), a maior cheia de rios já registrada no estado. Ao todo, desde maio, 51 municípios (ou seja, metade dos 102 do estado) decretaram emergência.
Segundo informou ontem a Defesa Civil, cerca de 40 mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas. Segundo o governo, 29 cidades estão em situação mais crítica.
Desde a sexta-feira (1º), as fortes chuvas nas cabeceiras dos rios em Pernambuco fizeram com que todas as bacias hidrográficas registrassem transbordamento no estado.
Dados da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos apontam que, em 60 dias, choveu mais do que a média histórica anual em Alagoas. A cheia dos rios já é considerada maior que a de 2010, quando 27 pessoas morreram.
Em nota, a Prefeitura de Maceió afirmou que montou pontos de apoio nos bairros do Vergel do Lago e Fernão Velho para atender famílias afetadas pelo transbordamento da lagoa Mundaú.
A prefeitura também informou que vai pagar um auxílio emergencial de até R$ 3 mil às famílias atingidas pelas cheias e chuvas na capital.
A Secretaria de Assistência Social disponibilizou 15 caminhões para a retirada de todas as famílias desalojadas e desabrigadas, que foram para a casa de familiares ou para abrigos da prefeitura. Segundo a administração municipal, duas escolas estão recebendo os desalojados e desabrigados nos dois bairros.
"Também serão oferecidas as três refeições do dia e água mineral para os moradores afetados pela enchente, além de 1.200 colchões, roupas e cestas básicas", completa a nota.
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