PCC tinha fotos e queria morte de agentes penais 'linha dura' no CE, diz PF
A força-tarefa de combate ao crime organizado no Ceará descobriu em uma investigação sobre membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) que policiais penais estavam marcados para morrer.
O que aconteceu
Em grupo de WhatsApp com membros do alto escalão da facção circulam fotos e informações de pelo menos dois policiais penais, segundo a apuração.
O delegado Iuri Conti, coordenador da Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado (FICCO), suspeita que os agentes podem ter sido "linha dura" contra presos da facção e por isso estariam no alvo.
O que a gente sabe era que membros dessa organização criminosa, possivelmente egressos do sistema penal, tiveram contato com esses servidores à época de suas passagens pelo sistema, e lá desenvolveram essa antipatia. E nesse grupo [de WhatsApp] fomentavam que alguns ataques fossem dirigidos a essas pessoas.
Iuri Conti
Os policiais atuavam em um presídio da região metropolitana de Fortaleza (que não foi informado).
A expectativa da PF é que mais detalhes sobre o plano contra agentes surjam agora após a Operação Syntonos, deflagrada na terça-feira passada para desestruturar a organização criminosa.
Ainda não tivemos acesso a esse planejamento específico [de morte de policiais], mas pode ser que com essas diligências, dessas coletas de elementos durante essa fase da investigação, a gente consiga esclarecer de uma maneira mais evidente [como seria o plano].
Iuri Conti
Na terça, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Sobral e três em Fortaleza. Um mandado de prisão preventiva também foi cumprido.
Além de planejar a morte de policiais penais, a facção também é suspeita de tráfico de drogas e armas de fogo —motivo original da apuração.
As ordens para a operação foram dadas pela Vara de Delitos e Organizações Criminosas em Sobral e Fortaleza.
Ainda de acordo com a PF, duas mulheres são investigadas por gerenciarem o núcleo financeiro e o tráfico de drogas. Uma delas já responde a ação por tráfico de drogas desde fevereiro deste ano.
O nome da operação remete ao termo "sintonia", utilizado pelo PCC para se referir aos "departamentos" ou "setores específicos" no organograma do grupo criminoso.
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