Carlos Madeiro

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Reportagem

Tenente morre em 'treino de pânico' durante curso para manejo de cães no DF

O tenente Abraão Taveira, da Polícia Militar de Alagoas, morreu hoje após dez dias internado no Hospital de Base de Brasília. Ele se afogou no último dia 30 de agosto durante um treino para "administração de pânico" em um curso para manejo de cães na capital federal.

O que aconteceu

O incidente ocorreu durante o Curso Operacional de Cinotecnia da PM do Distrito Federal. Na ocasião, o PM teve uma parada cardíaca.

Segundo a versão apresentada pela PM do Distrito Federal, Taveira "passou mal e foi imediatamente socorrido pela equipe de apoio do local."

A nota, porém, afirma apenas que o caso está sendo investigado e que mais informações seriam repassadas "assim que os resultados dos exames forem apresentados".

O tenente desmaiou durante um treinamento em que o militar é colocado em uma manilha cheia de água para que a atravesse. No momento, ele e os colegas enfrentavam um treinamento para administração de pânico.

O caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Polícia da Asa Sul. Além da Polícia Civil, há outras três investigações em curso com inquéritos abertos pelas PMs de Alagoas e do Distrito Federal e do Corpo de Bombeiros também no Distrito Federal (que era sede do curso).

Taveira era comandante do Canil do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais).

Revolta

O caso gerou indignação na PM e em autoridades de Alagoas, que cobram apuração rígida do caso e acompanham de perto a investigação. Há suspeita de que possa ter havido imperícia dos instrutores e negligência pela demora no atendimento, segundo fontes ouvidas pela coluna.

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O caso levou uma comitiva alagoana à capital federal no último dia 1º, que se reuniu com os comandos militares de Brasília.

A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas nomeou um grupo de trabalho para acompanhar as investigações que estão sendo realizadas no Distrito Federal.

Segundo apurou o UOL, há pontos a serem esclarecidos. O primeiro questionamento é se era necessário fazer o teste em um curso voltado ao manejo com cães. Outro ponto que é questionado é o tempo que demoraram para tirar o militar da manilha. Taveira, como apontaram os boletins médicos, tinha água nos pulmões.

Além disso, há questionamentos sobre a omissão no socorro, já que o militar esperou cerca de 30 minutos até a chegada da ambulância. Nesse período, foram os próprios militares que fizeram os primeiros socorros para ressuscitação.

Para provas que exigem desgaste máximo de militares, é sempre recomendado ter aparato médico pronto para emergências.

Um outro ponto que também chamou a atenção é que a prova foi feita à noite, após toda uma exaustão do treinamento durante o dia. Para realizar a prova, os militares do curso tiveram os rostos encobertos.

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Comoção

A morte do tenente gerou comoção entre os militares. Em nota, a PM de Alagoas informou que Taveira ingressou na PM em janeiro de 2016 e teve carreira "breve, porém notável."

Uma história de serviço marcada pela busca constante por qualificação e aprimoramento técnico, com destacável desempenho em operações especiais e em policiamento com cães. Seu profissionalismo fez com que, em janeiro deste ano, o oficial fosse convocado para comandar a tropa alagoana enviada para reforçar a segurança no Distrito Federal.

Taveira não era casado e não tinha filhos. O irmão do militar postou um vídeo em sua homenagem.

Reportagem

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