Polícia prende 2 por morte de prefeito; irmão é detido por tentar vingança
Dois homens suspeitos de matar o prefeito de João Dias (RN), Marcelo Oliveira, nesta terça-feira (27), foram presos poucas horas após o duplo homicídio —o pai do prefeito, Sandi Alves de Oliveira, também foi morto. Outros dois suspeitos fugiram e são procurados pela polícia.
As informações foram passadas nesta quarta-feira (18) pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte, que comunicou ainda dez prisões de um grupo que tentava se vingar pelas mortes, incluindo um irmão do prefeito.
Segundo a polícia, um dos presos seria o responsável pela execução de Oliveira, e outro foi detido por ajudar na fuga. Os nomes deles não foram revelados. As prisões ocorreram ainda na terça-feira.
Vingança
O irmão do prefeito, três policiais militares (um do Ceará e dois do Rio Grande do Norte) e outras seis pessoas estavam em dois carros nas redondezas da área de busca. O grupo foi detido em ocasiões distintas. Com eles, foram apreendidos um fuzil, espingardas, pistolas e revólveres.
"Evitamos um derramamento de sangue na cidade. O grupo, muito provavelmente, tentaria se vingar da morte do prefeito", disse o delegado Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste.
Ele afirma que as investigações e buscas seguem, já que outros dois suspeitos que estavam no veículo com os homens presos por participação direta no duplo homicídio fugiram. As buscas contam com um helicóptero.
Nesta quarta-feira, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) Informou que o juiz eleitoral da cidade já pediu tropas federais para o dia da votação. O presidente do órgão, desembargador Cornélio Alves, afirmou que não há necessidade de adiar a eleição no município e que o União Brasil tem direito de indicar substituto.
Também nesta quarta-feira, a vice-prefeita e candidata em 2024, Damária Jácome, afirmou que deixou a cidade por questões de segurança, mas se colocou à disposição das autoridades.
Ela está impedida de assumir o cargo por determinação judicial, já que ela foi acusado pelo prefeito de ameaçá-lo de morte para forçar sua renúncia.
O caso
Marcelo Oliveira tinha 38 anos e era candidato à reeleição pelo União Brasil, na cidade de cerca de 2.000 habitantes, próxima da divisa com a Paraíba. O político, que deixa a mulher e dois filhos, chegou a ser socorrido, mas teve a morte constatada no hospital da cidade de Catolé do Rocha (PB).
Marcelo já havia sido vítima de um atentado em novembro de 2022. Os detalhes da tentativa de assassinato não foram esclarecidos, mas um suspeito foi preso pela Polícia Civil.
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Quero receberMarcelo foi eleito em 2020, mas renunciou em julho de 2021. Entretanto, em outubro de 2022, ele conseguiu uma decisão do Tribunal de Justiça determinando seu retorno ao cargo, acolhendo o argumento de que ele deixou a prefeitura em razão de ameaças da então vice-prefeita, Damária Jácome (Republicanos), e do presidente da Câmara, Laerte Jácome, pai dela.
Damária é candidata a prefeita de João Dias e concorria com Marcelo. Tanto ela como o pai chegaram a ter prisões preventivas decretadas ainda em 2022, mas acabaram soltos e tendo as detenções substituídas por medidas cautelares.
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