Carlos Madeiro

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Ganha, mas não leva: 46 cidades têm prefeito eleito sub judice; veja lista

Cidades de 13 estados brasileiros vão ter de esperar uma decisão judicial para saber quem será o prefeito a partir de 1º de janeiro de 2025. Ao todo, 46 municípios têm vencedores com candidaturas inaptas, mas que recorrem para tentar reverter a situação.

Até uma definição do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que vai analisar os recursos finais, os moradores não têm como saber quem vai chefiar o Executivo pelos próximos quatro anos.

Segundo o advogado especialista em direito eleitoral Gustavo Ferreira, confirmados que eles são inelegíveis, a vaga vai para o segundo colocado em votação. "Se essa decisão não for proferida até a posse, quem assume é o presidente da Câmara."

Ele explica que a situação é diferente de eleitos que são cassados após a eleição.

"Se a Justiça entende que são inelegíveis, eles não são, na prática, candidatos. É diferente quando a cassação é feita posteriormente à eleição: nesse caso, convoca-se uma nova eleição, já que o aprovado foi indeferido depois."

No caso das cidades com mais de 200 mil eleitores, com possibilidade de segundo turno, o critério a se seguir é: anulados os votos do primeiro colocado, o candidato líder deve ter tido 50% mais um voto, ou disputará o segundo turno contra o próximo colocado.

Cabine de votação
Cabine de votação Imagem: Gabriela Biló/Folhapress

Os municípios nessa condição são:

Bahia

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  • Amparo do Serra
  • Bonito de Minas
  • Descoberto
  • Guapé
  • Ingaí
  • Mercês
  • São João Evangelista
  • São José da Varginha
Mato Grosso do Sul
  • São Gabriel do Oeste

Pará

  • Óbidos
  • Cachoeira do Arari

Pernambuco

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  • Cabo de Santo Agostinho
  • Goiana
  • Joaquim Nabuco

Paraná

  • São Tomé

Rio de Janeiro

  • Itaguaí
  • Natividade
  • Piraí
  • Silva Jardim
  • Três Rios

Rio Grande do Norte

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  • Areia Branca
  • Lagoa Salgada

Sergipe

  • Aquidabã
  • General Maynard

São Paulo

  • Águas de Santa Bárbara
  • Aramina
  • Auriflama
  • Bocaina
  • Colina
  • Eldorado
  • Guará
  • Guzolândia
  • Mirante do Paranapanema
  • Mongaguá
  • Neves Paulista
  • Panorama
  • Reginópolis
  • São Bento do Sapucaí
  • São Sebastião da Grama
  • Tambaú
  • Tuiuti

Tocantins

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  • Figueirópolis

Dessas cidades, três têm mais de 100 mil habitantes.

Em Vitória da Conquista (BA), única da lista com chance de segundo turno (mais de 200 mil eleitores), a prefeita Sheila Lemos teve 58,83% dos votos válidos. Ela teve a candidatura aprovada pela Justiça Eleitoral em primeira instância, mas acabou barrada pelo TRE-BA e recorre agora ao TSE.

Irma Lemos, mãe de Shiela Lemos
Irma Lemos, mãe de Shiela Lemos Imagem: Câmara de Vereadores de Vitória da Conquista

A corte estadual entendeu, por 4 votos a 3, que a sua mãe, Irma Lemos, então vice-prefeita, assumiu a prefeitura de forma temporária em 2019 e que, por isso, somariam três mandatos consecutivos da mesma família —algo vetado pela lei eleitoral.

Caso ela seja barrada, deve ser declarado eleito Waldenor Pereira (PT), que teve 26,74% dos votos —ou mais de 50% do total válido, caso os votos da prefeita sejam anulados.

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No Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, Lula Cabral (Solidariedade) venceu com 46,64% dos votos válidos, mas teve a candidatura barrada porque, em 2017, quando era prefeito do município, teve as contas rejeitadas pela Câmara Municipal.

Se ele for impedido, Keko do Armazém (PP), que teve 41,74% dos votos válidos, será prefeito.

Em Itaguaí (RJ), o mais votado foi o prefeito Dr. Rubão (Podemos), com 39,46% dos votos válidos. Entretanto, ele teve a candidatura barrada porque, em 2020, era o presidente da Câmara e assumiu o cargo de prefeito após o impeachment do então ocupante do cargo, Carlo Busatto Júnior, o Charlinho —o que configura três mandatos.

Caso a decisão seja confirmada pelo TSE, assumirá a prefeitura o candidato Donizete (União Brasil).

O UOL procurou o TSE, para saber se casos de prefeitos mais votados teriam prioridade no julgamento dos recursos, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. O espaço segue aberto.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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