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Sabatinas de Aras e Mendonça serão provas de fogo para Bolsonaro no Senado
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O recesso do Congresso Nacional será um bom período para o presidente Jair Bolsonaro tomar fôlego. A partir de agosto, duas batalhas no Senado o aguardam. A primeira será em agosto, quando o advogado-geral da União, André Mendonça, deve ser submetido a sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Se for aprovado, ganhará uma cadeira no STF (Supremo Tribunal Federal). A segunda é em setembro, com a sabatina do procurador-geral a República, Augusto Aras, no mesmo local. Em jogo, estará a recondução dele ao cargo.
Mendonça e Aras são aliados de primeira hora de Bolsonaro. Ambos deram amostras recentes da fidelidade ao governante. No início do ano, quando era ministro da Justiça, Mendonça processou opositores do presidente e manifestantes com base na Lei de Segurança Nacional. Como advogado-geral da União, defendeu com fervor no STF o funcionamento de templos e igrejas na pandemia.
Já Aras comprou briga com governadores ao pedir explicações sobre a forma como eles aplicaram repasses da União no combate à pandemia. Nos quase dois anos à frente da PGR (Procuradoria-Geral da República), Aras tem se equilibrado entre a opinião pública e afagos ao governo federal. No ano passado, mandou abrir inquérito para apurar denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro de que Bolsonaro teria interferido indevidamente nas atividades da PF (Polícia Federal). Para equilibrar, incluiu o próprio Moro na investigação.
Submeter Mendonça e Aras ao crivo do Senado será uma prova de fogo para Bolsonaro. Especialmente agora, que o presidente está enfraquecido no Congresso, com o avanço das investigações da CPI da Covid e os pedidos de impeachment que se acumulam na Câmara dos Deputados. Ainda que aprove os dois candidatos - hipótese mais provável -, a oposição vai aproveitar as sabatinas para expor as fragilidades de ambos. A principal delas é o alinhamento extremo às ideologias do presidente.
Vale lembrar: apesar de ambos os cargos serem de livre nomeação do presidente da República, uma vez que ocupam as cadeiras, tanto o procurador-geral da República, quanto um ministro do Supremo têm o dever de ostentar o mínimo de isenção, em nome das instituições que representam.
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