Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Apesar de Bolsonaro, STF mantém diálogo com governo
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi recebido nesta quarta-feira pelo presidente do STF, Luiz Fux, para pedir que ele convocasse novamente uma reunião entre os representantes dos Três Poderes. A reunião chegou a ser agendada, mas Fux desistiu, diante dos insultos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a ministros do Judiciário.
No atual cenário, em que Bolsonaro anunciou o pedido de impeachment de dois ministros do STF, Fux não tem a intenção de procurar o presidente para o diálogo. Seria uma forma de desrespeitar os próprios colegas.
Diante do pedido de Pacheco, Fux não se comprometeu com o agendamento de nova reunião entre os Poderes, mas ressaltou que o diálogo com o governo jamais foi interrompido. A agenda do ministro comprova isso.
Recentemente, Fux conversou com os ministros Braga Netto, da Defesa; Tarcísio Freitas, da Infraestrutura; Paulo Guedes, da Economia; Milton Ribeiro, da Educação; e, nesta quarta-feira, receberá Ciro Nogueira, da Casa Civil. Também tinha diálogo frequente com André Mendonça, recém escolhido para uma vaga no STF, quando ele estava à frente da AGU (Advocacia-Geral da União).
O diálogo do STF com Bolsonaro ficou inviável diante da conduta do presidente - que xingou ministros, atacou a credibilidade do sistema eleitoral e, por fim, apelou para os pedidos de impeachment de Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Dentro da Corte, há consenso no sentido de que as relações do Bolsonaro só podem ser retomadas se ele pedir desculpas publicamente ou se partir dele uma tentativa de recuperar a relação com o Judiciário.
Fora essa possibilidade, nem Fux, nem qualquer outro ministro têm a intenção de procurar o presidente. A julgar pela postura de Bolsonaro, não resta esperança para a reconstrução da relação entre ele e o Judiciário.
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