Carolina Brígido

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Lula deve escolher próximo ministro da Justiça em janeiro

Bem antes de Flavio Dino ser anunciado o próximo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), a cadeira dele no Ministério da Justiça começou a ser disputada dentro e fora da pasta. Ontem, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou a decisão de nomear Dino para a vaga deixada por Rosa Weber, os interessados na cadeira que ficará vazia se animaram ainda mais.

Com a disputa embolada, Lula disse a interlocutores que o mais provável é que a escolha do próximo titular da Justiça fique para janeiro. Vários critérios pesarão. O presidente precisará decidir se quer agradar o PT, a militância de esquerda ou outros partidos que pleiteiam um lugar ao sol na Esplanada dos Ministérios.

Assessores próximos de Lula garantem que a alternativa de dividir o ministério em dois - Justiça para um lado, Segurança Pública para outro - está descartada. A solução atenderia a alas do PT que têm interesse de abocanhar a primeira fatia da pasta. Nela, está um setor caro ao partido: as nomeações de juízes e desembargadores de tribunais de todo o país.

Antes de tomar posse no STF, Dino enfrentará uma espécie de corrida contra o tempo. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou ontem esforço concentrado na semana de 12 a 15 de dezembro para realizar sabatinas de indicados a vários postos - entre eles, o STF e a PGR (Procuradoria-Geral da República).

O STF entra em recesso no dia 20 de dezembro. Caberá a Dino escolher se toma posse ainda neste ano, ou se deixa para o início de 2024.

Se Dino quiser tomar posse logo, o cargo dele no Ministério da Justiça ficará vago até a escolha do sucessor. Até lá, o secretário-executivo, Ricardo Cappelli, assumirá a pasta em caráter interino. Será uma oportunidade de ser avaliado e, se o desempenho agradar, Lula poderá efetivá-lo.

Também disputa o cargo o secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho. O nome da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), também desponta para o posto. Seria uma forma de Lula compensar perante a militância o fato de não ter escolhido uma mulher para a cadeira de Rosa Weber no STF.

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