Bolsonaro e generais se aproximam do banco dos réus
As operações da Polícia Federal deflagradas na manhã desta quinta-feira (8) anunciam que as investigações do 8 de janeiro de 2023 chegaram ao andar de cima.
Paulo Gonet tomou posse como procurador-geral da República com a expectativa de que apresentaria denúncias contra as autoridades suspeitas de terem participado dos atos antidemocráticos. Desde então, foram compiladas provas contra o chamado núcleo político. As buscas e apreensões de hoje completam essas provas.
Até aqui, foram punidos apenas os executores da tentativa de golpe na Praça dos Três Poderes. Apenas um financiador foi denunciado. Agora, é a vez dos idealizadores. A nova leva de denúncias da PGR deve incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus principais assessores - entre eles, os ex-ministros general Augusto Heleno, general Paulo Sergio Nogueira, Valdemar Costa Neto e Anderson Torres.
A operação de hoje é um desdobramento da delação premiada do coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Foram presos hoje o coronel Marcelo Costa Câmara e Felipe Martins, ex assessores de Bolsonaro. Também foi preso o major Rafael Martins de Oliveira.
A suspeita é de que o grupo trabalhou para construir e propagar a versão de fraude nas eleições. Primeiro, foram espalhadas mentiras sobre a vulnerabilidade do sistema eleitoral. Em seguida, o grupo tentou dar um golpe de Estado com o apoio de militares.
Os mandados de busca e apreensão foram determinados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, a pedido de Gonet. Até abril o STF deve encerrar o julgamento dos processos contra os executores do 8 de janeiro. Depois disso, o caminho do plenário ficará livre para o julgamento das denúncias contra autoridades.
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