Carolina Brígido

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Opinião

Bolsonaro fica nas 4 linhas para evitar prisão e terceiriza ataques ao STF

No ato que reuniu uma multidão na Avenida Paulista, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conseguiu seguir o conselho de aliados: não atacou nominalmente seus adversários políticos nem criticou o STF (Supremo Tribunal Federal). Deixou a tarefa para o pastor Silas Malafaia, que discursou imediatamente antes dele.

No palanque, Malafaia começou o discurso anunciado que não falaria mal do STF. Em seguida, afirmou que Bolsonaro é perseguido por uma "engenharia do mal". Disse que na campanha do ano passado o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu todo o poder ao presidente da corte, Alexandre de Moraes.

O pastor acusou o ministro de agir com parcialidade: "Alexandre de Moraes disse que a extrema direita tem que ser combatida na América Latina. Como um ministro do STF tem lado? Ele não tem que combater nem extrema direita nem extrema esquerda, ele é guardião da Constituição", afirmou.

Malafaia disse que tem "sangue nas mãos de Alexandre de Moraes e ele vai prestar contas a Deus". Dirigindo-se a Bolsonaro, declarou: "Se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado".

O pastor também insinuou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia previamente dos ataques de 8 de janeiro de 2023. Também acusou o então ministro da Justiça, Flavio Dino, hoje integrante do STF, de omissão. "Ele assistia da janela e não fez nada", afirmou.

As declarações de Malafaia não são suficientes para configurar qualquer tipo de crime. Mais do que uma afronta a justiça, o evento deste domingo serviu para lembrar o eleitor brasileiro que em outubro haverá eleições municipais - e que os candidatos apoiados por Bolsonaro estão elegíveis.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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