Carolina Brígido

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Reportagem

STF planeja mudança na regra do foro após caso Marielle, dizem ministros

O STF (Supremo Tribunal Federal) tende a modificar a regra do foro privilegiado após a chegada na Corte das investigações sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Nesta sexta-feira (29), a Corte começa a julgar, no plenário virtual, um recurso que deverá traçar novos parâmetros para a norma.

Dois ministros ouvidos pela coluna em caráter reservado afirmaram que a tendência é de mudança no entendimento. Por outro lado, um terceiro ministro pondera que a regra atual deve ser mantida, com a possibilidade de interpretações diferentes em casos excepcionais. Entre as duas correntes, a primeira deve sair vitoriosa da votação.

Os integrantes do tribunal têm conversado entre si sobre o assunto nos bastidores desde que o tribunal foi indicado o foro para as investigações dos supostos mandantes dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A suposta participação do deputado federal Chiquinho Brazão no crime levou o caso ao STF —que, segundo a Constituição Federal, tem atribuição de julgar parlamentares.

Entretanto, na época do crime, ele era vereador. Segundo as investigações, questões fundiárias motivaram o assassinato. Portanto, não teria qualquer relação com o mandato atual de Brazão na Câmara dos Deputados.

Em 2018, o STF interpretou o foro por prerrogativa de função de maneira restritiva: só teria direito a ser julgado no tribunal autoridades investigadas por atos praticados na vigência do cargo e por decorrência dele.

Antes disso, qualquer investigação contra parlamentares era aberta no tribunal, ou transferida para ele, se já tramitasse em outra instância do Judiciário. Ao encaminhar a discussão para julgamento, o ministro Gilmar Mendes afirmou que seria preciso detalhar a norma agora.

Os julgamentos no plenário virtual duram uma semana. Os ministros postam seus votos no sistema, sem que haja debate. Se algum ministro pedir destaque, a discussão é transferida para o plenário físico.

Reportagem

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33 comentários

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Antonio Helio dos Santos

Perde-se a grande chance de sepultar o Foro Privilegiado que é  uma excrecência jurídica que serve de abrigo e impunidade para a classe política desde o mais comumente crime de corrupção até o seu extremo como é o caso deste bárbaro assassinato.

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Christina Tigre

Neste país os bandidos têm foro privilegiado. Isso é um absurdo. 

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Luiz Carlos Oyhenart Dias

O foro privilegiado de parlamentares tem que ser revisto, pois entre senadores, deputados e vereadores têm muitos com processos. Se o TSE fizesse um trabalho minucioso não deixaria uma grande parte de vereadores, deputados estaduais/federais e senadores não poderiam concorrer. Mas infelizmente não é isso o que acontece. A deputada Carla Zambelli, mesmo tendo sido reeleita, depois da perseguição com arma em punho a um negro nas ruas de São Paulo, não deveria ter sido diplomada. O TSE e o STF têm que ser mais ágeis em retirar as “ervas daninhas” do restante. Eles demoram muito para se pronunciarem.

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