CNJ julga caso de magistrada que atacou Marielle: 'Engajada com bandidos'
![A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018 A vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/ea/2024/03/19/a-vereadora-marielle-franco-durante-discurso-na-camara-municipal-do-rio-de-janeiro-1710881679591_v2_900x506.jpg)
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) julga nesta terça-feira (21) processo administrativo disciplinar contra a desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por ter atacado a vereadora Marielle Franco (PSOL), assassinada em março de 2018.
Dias após o crime, a magistrada postou em uma rede social que a vereadora estava "engajada com bandidos" e a acusou de rer sido eleita com a ajuda de uma facção criminosa do Rio.
Marília Vieira atribuiu o assassinato ao comportamento da própria Marielle: "Seu comportamento, ditado por seu engajamento político, foi determinante para seu trágico fim. Qualquer outra coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro", postou.
![A desembargadora Marília de Castro Neves A desembargadora Marília de Castro Neves](https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/cb/2018/03/22/a-desembargadora-marilia-castro-neves-1521717771040_v2_450x450.jpg)
O CNJ proíbe que juízes se manifestem em redes sociais sobre temas de cunho político-partidário. Como é um processo administrativo, se for condenada, a magistrada poderá sofrer penas que vão de advertência até a aposentadoria compulsória.
Em 2021, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) absolveu Marília Vieira do crime de calúnia por ter publicado as ofensas a Marielle. Os ministros entenderam que foram suficientes as retratações publicadas pela própria magistrada em suas redes sociais e por meio de uma carta com pedido de desculpas pelas postagens.
A desembargadora já foi alvo de vários procedimentos disciplinares no CNJ. Em uma ocasião, ela postou em redes sociais que Guilherme Boulos seria recebido "na bala" depois de publicado o decreto do então presidente Jair Bolsonaro (PL) que facilitou a posse de armas.
O ex-deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) afirmou que, em um grupo no Facebook, a magistrada disse que ele deveria ser executado como profilaxia. "O problema da esquerda é o mau humor", disse Marília em sua defesa, em 2019.
Ao CNJ a defesa de Marília Vieira afirmou que o magistrado também é cidadão e, por isso, tem o direito à livre expressão. Além disso, alegou que as postagens foram feitas em conta pessoal de redes sociais, onde ela não se identificava como magistrada. Portanto, segundo a defesa, não haveria prejuízo aos alvos dos ataques.
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