Carolina Brígido

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Mineradora nega culpa pela tragédia de Mariana em julgamento na Inglaterra

A mineradora BHP, acusada de responsabilidade pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), negou nesta quarta-feira (23) qualquer culpa pela tragédia. A declaração foi feita perante a Justiça da Inglaterra, no terceiro dia do julgamento do caso.

Segundo a defesa da BHP, a empresa é anglo-australiana e não tem controle sobre as operações no Brasil. A barragem rompeu em 2015. Os advogados das mais de 620 mil vítimas que ajuizaram a ação na Inglaterra para cobrar reparação aos danos, estimados em R$ 230 bilhões.

"A BHP não ultrapassou nenhum limite", disse o advogado da empresa, Daniel Toledano. "A BHP não estava no terreno, dizendo à equipe geotécnica da Samarco ou seus engenheiros: 'faça isso' ou 'não faça aquilo'. Enquanto um acionista controlador pode estar envolvido em decisões estratégicas importantes, não é ele que opera ou mantém as instalações", afirmou.

O julgamento tem duração prevista de 12 semanas. Na audiência de hoje, a empresa admitiu que a Samarco pagou dividendos aos acionistas da BHP Brasil no valor de 50% de R$ 6,1 bilhões entre dezembro de 2012 e junho de 2015, período anterior à tragédia.

Para a defesa das vítimas, há discrepância no argumento da BHP. Ao mesmo tempo que a mineradora nega responsabilidade no desastre, ofereceu às vítimas reparação financeira pelos aos danos pelo rompimento da barragem.

O acordo deve ser assinado ainda nesta semana pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP com autoridades federais e estaduais no valor de R$ 170 bilhões, incluindo pagamentos já realizados pelas empresas.

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