Candidatos ao STJ pedem ajuda a Dino e Zanin na reta final da campanha
A expectativa no Judiciário e no governo Lula é que o presidente escolha somente em 2025 os dois novos ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Enquanto isso, os seis candidatos acirram a campanha e pedem ajuda a pessoas próximas de Lula - entre eles, os ministros Flavio Dino e Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Outros ministros da Corte também foram procurados na tentativa de influenciar na nomeação. Dino e Zanin são os mais visados pelos candidatos por serem os escolhidos por Lula para o Supremo no mandato atual.
Antes de ser ministro, Dino comandava a pasta da Justiça e auxiliava o presidente nas escolhas para juízes de tribunais de todo o país. Zanin era advogado de Lula - portanto, tem a confiança do petista em assuntos jurídicos.
Os candidatos também têm sido recebidos por outros auxiliares de Lula para o Judiciário: o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; o advogado-geral da União, Jorge Messias; o ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha; e o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Alguns candidatos também têm conversado com senadores, que votarão as nomeações em um próximo passo, após as escolhas de Lula serem divulgadas.
Estão em jogo duas vagas de ministros do STJ. Em outubro, o próprio tribunal votou duas listas tríplices com os nomes de três integrantes do Ministério Público e três juízes federais. Essas listas aguardam a avaliação de Lula no Palácio do Planalto.
Na lista do MP está o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, que se notabilizou por conduzir inicialmente das investigações da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e tem o apoio de alas do PT.
A procuradora Maria Marluce, de Alagoas, é tia do prefeito reeleito de Maceió, João Henrique Caldas, que é ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Sammy Barbosa, do Acre, é o preferido dos ministros do STJ.
Na lista da Justiça Federal, o desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região Carlos Brandão tem o apoio do ministro Kassio Nunes Marques. Também concorrem ao cargo as desembargadoras Marisa Santos, do TRF-3; e Daniele Maranhão, do TRF-1.
Alguns fatores motivaram o presidente Lula a adiar as nomeações. Um deles é a chegada da PEC dos cortes de gastos ao Congresso Nacional. O assunto será prioridade agora, portanto, não haveria tempo suficiente para o Senado sabatinar os escolhidos aos cargos - um procedimento previsto na Constituição Federal.
O mais provável é que a escolha dos dois ministros do STJ fique para 2025, depois de eleitos os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado.
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